2012 foi um ano de esperas. Entre finais de trilogias ou inícios de sagas, quem curte cinema, em 2012 sentiu o gosto amargo, mas ao mesmo tempo doce, da angústia. Relembre, os filmes do ano.
A Invenção de Hugo Cabret
Esteticamente, é o filme mais lindo de 2012. Martin Scorsese é doce e, ao retratar a sétima arte, demonstra que o cinema, além de ser a arte da memória, é a arte do tempo. Paris e George Méliès são os personagens nessa história que fala, através da sensibilidade e da delicadeza, do surgimento de um cinema que, por muito tempo, foi relegado ao esquecimento. A crítica considera A Invenção de Hugo Cabret o
melhor representante do 3D desde Avatar.
Argo
Argo é um filme que fala de uma história real e crítica a indústria cinematográfica. Ben Affleck, que é diretor, roteirista e ator do filme, explora o ano de 1979 - momento delicado na
história dos EUA. A chamada Crise de Reféns, no Irã, provocou a invasão da embaixada americana, fazendo 54 prisioneiros. Affleck faz de Argo o seu melhor trabalho - uma mistura de urgência e comicidade.
Amanhecer - O Final
A última parte da trilogia Twilight também foi um dos lançamentos mais aguardados dos últimos tempos. Quem não comprou com antecedência o seu ingresso, pelo menos em Passo Fundo, teve que esperar para poder conferir o desfecho da saga. Amanhecer - O Final surpreende por conter elementos que não estão nos livros. Apesar de se tratar de um romance e de fazer, claramente, a opção pelo final feliz, traz spoiler cenas de batalha que os namorados e irmãos - obrigados a assistir a saga - agradecem. O fim é bonito e, pelo menos por enquanto, descansa em paz.
TED
Ted pode não ser o melhor filme do ano, mas é, certamente, o mais polêmico. No longa, Mark Wahlberg divide a casa com um ursinho de pelúcia. O filme poderia ser meigo, se o ursinho, Ted, não fosse um usuário de drogas e um adepto do uso de palavrões. Ted é um filme que aposta no humor politicamente incorreto. Agradou alguns, outros nem tanto. Que o diga o deputado Protogénes Queiroz.
O Artista
As cinco estatuetas que O Artista levou para casa já indicam a qualidade do filme. Preto e branco e mudo, retrata fielmente o cinema dos anos 20. Michel Hazanavicius consegue ser ousado ao falar estritamente do passado.
As Aventuras de Tintim
A animação computadorizada que dá vida a um jornalista, apesar de ser um universo novo para Stven Spielberg, é uma cartada de mestre. Tintim foi criado por Hergé e reinventado por Spielberg - os movimentos, a textura da pele e das roupas e os efeitos dos personagens são um espetáculo a parte e garantem a realidade do filme.
O Hobbit – Uma jornada inesperada
Dez anos depois do fim da última parte da trilogia, Peter Jackson retorna à Terra Média e transforma o livro que, na verdade, é anterior ao Senhor dos Anéis na última grande estreia de 2012 e, talvez, a mais esperada do ano. A nova era do cinema, proporcionada por O Hobbit, está no uso do dobro de quadros por segundo. Peter Jackson optou pelo uso de 48 quadros e deu o pontapé inicial para a revolução cinematográfica. As cenas tornam-se hiper-realistas, aliadas ao 3D em alta definição e aos efeitos que de tão perfeitos, são hipnóticos. A mágica da mitologia de Tolkien ganha, finalmente, a realidade.
Holy Motors
Apesar de não ser um filme fácil, Holy Motors é considerado um dos melhores filmes do ano por ser um daqueles clássicos que não te deixa respirar. O diretor, Leos Carax, criou um ambiente surrealista onde poucas das dúvidas que surgem são respondidas. Ficção e realidade se confundem e não é possível distinguir o que é tangível no universo concreto ou não. Holy Motors é uma reflexão sobre o próprio ato de interpretar e representar.
Batman – O cavaleiro das trevas ressurge
Simplesmente o encerramento magistral da série que acompanhou os fãs por 7 anos, quando estreiou o primeiro longa. Batman - O Cavaleiro das Trevas, filme anterior a esse, é difcíl de superar na sequencia de ações, mas o último longa da trilogia é mais como um presente aos fãs do que um foco de julgamento. A história traz Bane, um dos vilões dos quadrinhos, a cena e se desenrola em torno disso. Christopher Nolan fez a trilogia entrar para a lista das maiores séries de todos os tempos, simples assim.
Valente
A Escócia tornou-se o cenário para a nimação dirigida por Brenda Champman. E quase tão lindo quanto as paisagens do 3D é o próprio longa. Aquém aos comentários da crítica que não apostou na animação com uma princesa no papel de protagonista, Valente se mostrou um filme forte e doce. A princesa Merida prefere entrar para a história como uma arqueira de sucesso e, por isso, confronta os desejos de sua mãe e toma uma atitude impensada, que coloca em perigo o reino e a vida de sua família. Ela precisa, então, encontrar um jeito de vencer tudo isso e, ao mesmo tempo, mostrar aos pais seu valor. Valente é um daqueles filmes que mostra a importância de ser livre.
007 – Skyfall
Os 50 anos de Bond no cinema não poderiam ser melhor comemorados. 007 Skyfall remonta os clássicos da série, ao mesmo tempo em que trilha o novo caminho - já iniciado por Cassino Royale. As cenas de ação, dirigidas por Sam Mendes, são um prato cheio de referências para os fãs da série. O vilão fica por conta de um irmão bastardo que, ironicamente, tem a mesma profissão de Bond.
Branca de Neve e o Caçador
Na febre dos contos de fadas que ganham novas versões, em 2012 foi a vez de A Branca de Neve ganhar um ar mais adulto. a história é exatamente a mesma, o que muda é o acréscimo do ar sombrio e do suspense. As sequencias de ação e os efeitos utilizados para caracterizar a magia do filme são muito bem expostose o resultado final se assemelha, esteticamente, aos filmes épicos, como O Senhor dos Anéis, por exemplo. Estrelam o longa Kristen Stewart e Charlize Theron. Esta última brilha pela intensidade da entrega ao papel da Rainha Ravenna.
Millenium – O Homem que Não Amava as Mulheres
Baseado na obra de Stieg Larsson, David Fincher dirigiu o longa que fala de um crime a ser desvendado. A história, em si, é sombria e tensa o suficiente para prender a atenção d qualquer um. Na adaptação para as telonas, os temas - violência contra a mulher e questionamentos familiares - são tratados de forma impactante do início ao fim. É um filme perturbador, violento e tenso, mas que vale apena a locação do DVD.
A força da trama, no entanto, não está nem no crime e nem no desvendar dele, mas sim, em cada personagem que tem a personalidade extremamente marcada a cada cena que, apesar de controversa e intensa, é capaz de desenhar cada ação e cada sentimento.
O Espetacular Homem Aranha
Peter Parker não tem nada de desajeitado em O Espetacular Homem Aranha. Pelo contrário, na atualização do personagem para o cinema, Peter é um herói desde o primeiro minuto - diferente dos quadrinhos. Andrew Garfield cria um Homem Aranha diferente do que já foi visto e, quando recebe os poderes, a personalidade é amplificada e, nesta versão, Peter fica feliz com os poderes que recebe. Ao lado de Emma Stone, Garfield é responsável pela formação de um dos casais mais bonitos do cinema. O longa é a origem do personagem, de uma forma diferente da que conhecemos.
Jogos Vorazes
Primeira parte de uma trilogia que, na estrutura, se compara a Harry Potter ou a Crepúsculo, mas ao analisar o conteúdo se difere totalmente. O longa, inspirado na obra Suzanne Collins, tem um conteúdo contestador e traz o tema de revolução e contestação de autoridade. Resumidamente, Jogos Vorazes propõe uma espécie de Big Brother diferente: uma batalha entre jovens até a morte. Entre questionamentos, até a parte romântica do filme se difere de HP ou Twilight.
Titanic 3D
O re-lançamento do romance mais triste de todos os tempos, no ano em que o naufrágio completa cem anos, continuou emocionando mesmo os mais fechados. Titanic ganhou sua versão em 3D e James Cameron consegue transmitir uma experiência real de profundidade que, mais uma vez, coloca o público como se fosse parte da história.