Dizem que uma paixão pode orientar uma vida – seja ela no âmbito pessoal ou profissional. Maria Tomaselli é uma prova viva de que tal afirmação procede. Austríaca, naturalizada brasileira, se deparou com a cultura do Brasil e apaixonou-se. Não conseguiu não retratar, na tela, o que os olhos viram.
A paixão foi além de um hobby ou de uma admiração. Virou trabalho. Tomaselli é pintora e gravadora e está no Brasil desde 1960. De lá pra cá, conviveu em diferentes realidades brasileiras: do índio às ruas, Maria colocou no lápis a emoção que as problemáticas do país incutiam em sua vivência. Todo o trabalho resultou em uma exposição chamada “O Morená” que, com trabalhos feitos com técnica de gravura em metal e que foram impressos em 1979 e reeditados em 1987, retratam épocas diferentes da história do Brasil. A exposição, além das ilustrações, é composta por poemas de Armindo Trevisan em papel Hahnemuhle - maior produtor mundial de papéis revestidos para impressão a jato de tinta.
Memória, magia e mitologia: esse é o resumo de uma exposição que é, na verdade, a extensão da mente da própria artista. O acervo pertence ao Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS) e está aberto à visitação na Sala de Exposições do Sesc Passo Fundo. De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, um pouco da realidade das décadas de 60 e 70 podem ser conferidas.