Se você acredita que o clássico rock and roll ainda vive ou, ainda, acredita que forma personalidades e influi em comportamentos, você tem motivos para comemorar. Há 50 anos, em 1963, as prateleiras das lojas da Inglaterra recebiam um LP intitulado “Please, Please Me”. A ingenuidade da época não percebeu, mas, hoje, olhando para trás é perceptível que o primeiro disco do The Beatles salvou o rock. Não, o disco não tem a qualidade de “Sgt. Pepper’s”e, nem mesmo, um elemento capaz de transformar o cenário musical. Não, o disco é apenas a reunião de quatro garotos e um objetivo: a música, pura e simples.
O rock surgiu na dança, na voz e na melodia. Elvis Presley, Bill Haley, Carl Perkins e Little Richard, pioneiros, foram precedidos por uma maré de novos ritmos que dominavam as estações de rádio e subiam nas listas de vendas. Até a chegada de “Love Me Do”. O primeiro single, lançado no ano anterior, definiu o estilo da banda: a prioridade é a voz. Escrita em 1958, quando Paul tinha 16 anos, é a responsável pela sobrevivência do gênero que, hoje, não é tão propagado assim, mas destinado aos bons ouvidos. Depois dela, The Beatles saiu da Inglaterra e ganhou o mundo. A Beatlemania conquistou crítica, público e despertou na juventude a vontade formar uma banda e tocar por aí.
Vinte anos, dez horas, dez faixas, dois meses
Eles tinham pouco mais de vinte anos e muita voz. Foram catapultados para o mundo. Arrecadaram gritos de fãs, páginas de livros que, ainda hoje, contam a sua história e minutos de documentários que os colocam como história a ser contada. Sim. The Beatles é história.
Em menos de dez horas, “Please, Please Me” estava pronto. Dez faixas foram suficientes para dar a tônica do disco: felicidade. Ainda que fale de amor que, não poucas vezes, acaba mal, o disco é, desde a melodia até a capa, o retrato da felicidade. E, talvez, exatamente por isso não precisou muito para conquistar: dois meses depois, o primeiro lugar pertencia a “Please, Please Me”. E lá ficou por 30 semanas consecutivas. E perdeu a posição para o segundo disco da banda, “With The Beatles”. Além de boa música, o disco traz história: a história do próprio rock, da própria música, da própria época.