André Vianco é uma surpresa. Há treze anos, lançou o primeiro livro. Hoje, já vendeu mais de 500 mil exemplares de 17 títulos que carrega na bagagem. A temática? Não, ele não fala de auto-ajuda e não explora o universo erótico de Cinquenta Tons de Cinza. O mundo retratado por Vianco envolve sangue, terror e criaturas fantásticas. Entre elas, vampiros cuja morte é o único desejo.
Quando Edward Cullen brilhou, pela primeira vez, quando exposto ao sol, Vianco riu. Não por menosprezar a obra de Stephenie Meyer, mas por falar desse universo há 5 anos. “Quando comecei a publicar, Bella ainda estava no jardim de infância”, ele se diverte. Ainda assim, ele é consciente de que o sucesso de Crepúsculo impulsionou a sua história: Não sou oportunista, mas o sucesso de “Crepúsculo” deu força ao gênero vampiresco e eu vendi muito ano passado. “Depois que ficam órfãs de Stephenie, as pessoas acabam correndo para os meus vampiros”, conta.
A migração, no entanto, exigiu adaptação. Os vampiros de André não brilham e não são bonzinhos. “Não gosto de vampiro light e politicamente correto”. Se precisassem ser definidas em uma palavra, as obras de André seriam caracterizadas por sangue. Assassinato e morte carregam os enredos desde a primeira página – e é assim que ganham o público. No início, no entanto, André era apenas um expectador.
“A hora do pesadelo”, “A bolha assassina” e “Drácula” embalavam o gosto do autor. Assistir, depois de um tempo, era insuficiente. As aventuras começaram a pular e a sua mente tornou-se inquieta. Era preciso contar histórias – as suas histórias. E assim, de página em página, construiu a sua obra. O primeiro título – e campeão de vendas - , Os Sete, foi bancado pelo autor. O último, A noite Maldita, já sai com uma tiragem de 30 mil exemplares - um número acima da média.
Hoje, Vianco é o mais importante autor de terror do país. O título que carrega, “vampiro brasileiro”, possibilitou o grande alcance de suas obras. Ele não optou pela reinvenção dos vampiros que séries como Marcada, Twilight e Diários de um Vampiro rumaram. Morte e assassinato não são censurados em seus livros – sim, as jugulares são o alvo. E é assim que ele prefere. “Sempre apanho as narrativas pelo viés mais sombrio ou mais melancólico. É meu jeito de contar uma história”, destaca.
Além de leitores, André conquista fãs. A ousadia em permanecer no terror, mesmo em face a adaptação do gênero, é o que sustenta e o surpreende: “Esperava conquistar aquele público bem do nicho do gótico, que em 2000 estava em alta. Contudo, logo depois do lançamento do meu primeiro livro, nas noites de eventos com leitores, fiquei surpreso em ver que ele era o mais diverso. A idade média também era bem ampla, com gente dos 12 aos 40 anos. Foi uma surpresa muito boa.” E assim acontece porque seus personagens são capazes de hipnotizar.
Entre vampiros presos em caixas, justiceiros que escolhem a melhor forma de execução, lobisomens perdidos e fantasmas que se julgam donos de corpos e casas, Vianco é capaz de criar outros mundos. A opção, antes renegada no Brasil, é, agora – e graças ao autor – um dos mais esperados e vendidos. “Estou despontando como um dos autores que mais vendem no Brasil. Isso tudo só com o apoio dos meus leitores. É um orgulho”, conclui.
E justamente por conquistar um público que cresce a cada dia, André Vianco é um dos nomes da Jornada Nacional de Literatura. Ele, ao lado de Raphael Draccon, enfrenta o público da JorNight na quinta-feira. No palco, dragões e vampiros. Mundos que, ainda que diferentes, têm o mesmo potencial de capturar o jovem e lança-lo para dentro das páginas.
Ele já vendeu mais de 500 mil livros
André Vianco é, segundo a crítica, o mais conceituado autor do terror brasileiro. Tudo começou com o vício pelos filmes de terror. Logo, o que assistia dominou sua mente o obrigou a também escrever. Os Sete, publicado em 2000 pela editora Novo Século retrata, por exemplo, a história de sete cadáveres aprisionados em uma caixa prata encontrada em uma caravela que navega pelo litoral brasileiro. Nenhum perigo até que um deles acorda. Aqui, os verdadeiros assassinos carregam presas afiadas e têm medo do Sol. A pubicação deste ano, A Noite Maldita, por sua vez, traz os eventos que acontecem 30 anos antes da saga “O vampiro-rei”. A temática não muda: Quando metade dos seres humanos adormece inexplicavelmente, o que surge é um cenário apocalíptico.
Inscreva-se na Jornada
As inscrições para participar da movimentação cultural já estão abertas e são limitadas. Na modalidade 1, que inclui a participação na 15ª Jornada Nacional de Literatura e em mais um dos eventos: 4º Encontro Estadual de Escritores Gaúchos, 3º Seminário Internacional de Contadores de Histórias, 2º Simpósio Internacional de Literatura Infantil e Juvenil e Encontro Internacional de Bibliotecários e Mediadores de Leitura, o valor é diferenciado para aqueles que se inscreverem até 10/05. Aos professores de educação básica e de ensino médio, o investimento é de R$ 80,00; professores ou pesquisadores, alunos de graduação e pós-graduação de outras instituições de ensino superior e outros profissionais pagam R$ 120,00. Professores, alunos e funcionários da UPF têm desconto de 50% no valor. Para se inscrever, basta acessar o portal da Jornada.