A memória e a obra de Ruth Schneider foram tema de um diálogo promovido pelo Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (Mavrs) na noite de terça-feira (16/05). A iniciativa é alusiva aos 70 anos do nascimento e 10 de falecimento da artista passo-fundense que dá nome ao Museu, ao qual doou grande parte de seu acervo. Para o diálogo foram convidadas as professoras Maria Lucina Busatto Bueno, curadora da exposição "Imaginário, forma e cor: Revistando Ruth Schneider", aberta no Mavrs até o dia 30 de junho, e a professora do curso de História e coordenadora da Ação Educativa do Museu Histórico Regional (MHR) Marlise Meyrer. A atividade integra o calendário de comemoração dos 45 anos da Universidade de Passo Fundo (UPF) e a Semana dos Museus do Instituto Brasileiro de Museus.
A professora Maria Lucina destacou que a obra da artista é marcada pelas referências humanas e gráficas trabalhadas com muita liberdade. “A forma humana era praticamente essencial na obra dela, com exceção da fase final na qual as flores se destacam”, observou. A artista utilizava materiais e técnicas variadas para compor as obras. “Tudo era motivo para desenhar e estruturar a forma. Era uma artista muito dinâmica”, concluiu.
A importância da obra de Ruth Schneider para a criação da identidade passo-fundense foi destacada pela professora Marlise. Segundo ela, pelo município de Passo Fundo circulam muitas pessoas que nem sempre criam raízes, o que dificulta a construção de uma identidade local. O Mavrs e o Museu Histórico Regional têm um papel fundamental nesse sentido. “A história de Passo Fundo é plural e deve-se reconhecer essa pluralidade. As obras da Ruth contam um pedaço da história”, avaliou. Marlise enfatizou o tema do Cassino da Maroca. “Muitas pessoas têm alguma coisa para lembrar ou contar e isso demonstra quão significativo esse espaço foi para a história da cidade”, exemplificou. A atividade foi acompanhada pela coordenadora administrativa dos Museus Tania Aimi, além de professores e alunos da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF.