Dia Indústria da Arte apresenta a vida fora dos palcos

A história de uma companhia teatral que vê o teatro não apenas como espetáculo, mas como oportunidade de formação

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No palco de madeira, um gesto. Ali, diante de uma plateia, a voz ganha interpretação. Com as cortinas abertas, histórias são jogadas em um público cujos olhos não saem do foco: a ação. Nos seus dois anos de atuação na cidade, a Dia Indústria da Arte percebeu que é quando as luzes se apagam que o teatro pode, de fato, agir. Descobriu que é quando as cortinas se fecham e o público vai embora que o palco ganha sentido. Além de investir no teatro enquanto espetáculo, a Dia vê na arte a possibilidade de formação social.

Mais do que qualquer coisa, a companhia busca tornar aquele que antes era apenas expectador em um ator, responsável pelas palmas da plateia. A intenção, desde o início, foi se tornar uma indústria de difusão da arte e da cultura por toda a região de Passo Fundo. Sim, eles conseguiram: Além dos espetáculos – que reúnem os jovens das escolas em que realizam oficinas – foram responsáveis por duas mostras de teatro – Teatro é Fazer! – que reuniram cerca de 500 alunos em oito instituições de ensino públicas e particulares e, também, por um retiro de formação com a intenção de propor a pesquisa de autonomia teatral para atores e atrizes da região e, nesse mês, realiza três workshops: o primeiro deles, destinado aos alunos da Faculdade de Artes e Comunicação buscou aprofundar o trabalho do ator; o segundo compreendeu adultos em uma oficina de teatro livre e, hoje, realizam o workshop teatro-educação para professores e educadores. Não acaba por aí: em junho, acontece o workshop “Brincante: a importância da brincadeira no universo lúdico da criança”, em parceria com a Affeto e destinado para educadores, recreacionistas, babás e psicólogos.

Todas as atividades se justificam pela forma de trabalho que a Dia escolheu: centrada em três eixos, compreende, primeiramente, o aspecto teatral e artístico através dos espetáculos e peças que organiza. Ainda, o segundo eixo de trabalho se centra na pesquisa artística: são realizadas na sala de espetáculos da UPF, há mais de 2 anos, duas pesquisas: A autonomia artística do ator e o ensino teatral X teatro-educação. A intenção é que todo o estudo seja publicado em forma de livro.  Por fim, a Dia busca ser, também, uma produtora cultural: Além de atender a própria companhia, produz a Banda Gepetos e o grupo de teatro dos alunos que irão se formar no final de 2013 – depois de 30 meses de oficina de teatro - e lançarão seu primeiro espetáculo profissional. Para Iussen Seelig, ator e arte-educador, e Felipe Lemos, ator, diretor e arte-educador não há tempo livre ou hora vaga. “O teatro pode ser utilizado para várias áreas”, destaca Seelig,  “como o teatro-educação, como na área da psicologia - por exemplo com o Psico-drama. Mas, indiferente do fim, o princípio é o mesmo: Teatro. E nesse momento convidamos os profissionais da área a pensar o teatro e a pensar o que comunicamos em cada montagem. O que passamos para os expectadores e para os alunos com as nossas escolhas artísticas.”, comenta.

Além de todas as oportunidades de formação que a Dia oferece, nesse semestre, ela apresenta o seu segundo espetáculo. Eles não cansam e veem no teatro uma extensão da própria vida e provam, a cada nova proposta que, ainda que fechadas as cortinas, o espetáculo não para.

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