Na teoria, é pra ser um filme sobre zumbis. Na prática é um filme repleto de catástrofes e mergulhado no drama. A mistura funciona e o novo filme de Brad Pitt consegue agregar o público adolescente ao público adulto. A promessa, ainda assim, é de uma bilheteria lotada.
A direção é de Marc Foster – de 007 – Quantum of Solance – e tem Pitt no papel de um protagonista ex-investigador da ONU e chamado de volta para o trabalho depois de uma misteriosa pandemia. Aos poucos, humanos são transformados em zumbis com sede de sangue. A missão promete manter a família de Gerry Lane – personagem de Pitt – fora do alcance das novas criaturas e, por isso, ele se torna o herói do longa.
A narrativa leva Lane a diferentes países em busca de uma cura para o apocalipse zumbi. Baseado no sucesso literário World War Z: An Oral History of the Zombie War, do escritor norte-americano Max Brooks, Guerra Mundial Z se sustenta, basicamente, na presença de Pitt em cena. O filme é, praticamente, dele. O roteiro, de Matthew Michael Carnahan, Drew Goddard e Damon Lindelof, não chega, nem de perto, ao terror, mas consegue prender o expectador na sequencia de fatos da vida do personagem ao envolver emoção e curiosidade em poucos takes.
Tecnicamente, o longa é repleto de câmeras nervosas capazes de retratar a agilidade – incomum – dos zumbis. O ritmo é mantido pelas inúmeras cenas de ação em que Lane se envolve – como numa espécie de videogame. A fotografia do filme, realizada por Ben Seresin, também merece crédito: do início ao fim, a imagem transparece aspereza e dá a sensação de um ambiente seco. Objetivo atingido, caos instalado.
Ainda que não seja uma produção passível do tapete vermelho, justamente, por não apresentar tanto sangue quanto se espera de um filme de zumbi, Guerra Mundial Z ganha o público – pela presença de Pitt, pela curiosidade ou pela promessa.
Sem sangue, mas com zumbis
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