Para o alto e avante

Há momentos de crise no cinema da cidade. Momentos onde a espera por grandes longas angustia e gera ansiedade. Não, não vivemos um destes momentos. Vivemos, pelo contrário, um dos ápices de estreias e bons filmes. Agora é a vez de Homem de Aço!

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Um planeta distante, um ser fora do comum com superpoderes e capaz de salvar o mundo de todo e qualquer mal. O enredo que, hoje, parece comum faz parte do imaginário de crianças e adultos há mais de 70 anos. Mais que uma história em quadrinhos, Superman se tornou filme, série, game, produto para consumo e inspiração. Desde a primeira tira publicada em um jornal diário, em 1938, os poderes, a personalidade e a idolatria que o Superman recebe são cobiçados e invejados por qualquer mortal. A história se perpetuou através das gerações e, ainda, instiga. Seja pelo alcance do poder do super-homem, por tudo que o poder causa, ou simplesmente pelo fato de ser super. Agora, a história volta às telas: O Homem de Aço acaba de estrear em Passo Fundo! (Saiba os horários clicando AQUI)

Superman x Reeve

Dentro do cinema, Superman enfrentou fases difíceis: os primeiros filmes de Christopher Reeve são, até hoje, tidas como as melhores adaptações de quadrinhos de heróis para o cinema. Depois disso, nenhum outro longa ou adaptação foi capaz de superar o sucesso que Reeve teve como Superman. Agora, anos depois, a história de um jornalista, um outro planeta e uma kryptonita volta à tona e ressurge como uma promissora aposta. Depois do sucesso da trilogia Cavaleiro das Trevas, Christopher Nolan ganhou carta branca para encontrar novos rumos para Superman. E encontrou: sem a sempre presente necessidade de se explicar, Nolan coloca realismo em O Homem de Aço e consegue, com câmera na mão, flahsbacks e fotografia, transformar Clark Kent em um herói que se aproxima do humano sem se distanciar do caráter alienígena que carrega no sangue.

O filme tem, segundo a crítica, um visual dessaturado – característico de Nolan. Combinado com as cenas de ação – que mostram não apenas Clark, mas como, também, o pai em brigas, o clima do longa segue como não sendo um típico filme de herói. Entre explosões, devastações épicas, e lutas que destroem cidades, O Homem de Aço pode ser uma mistura de Os Vingadores, Transformers e, até, Dragon Ball Z.

Dinheiro x Resultado

Em resumo: é um dos longas mais caros já produzidos pela Warner e, sim, é a proposta ideal de trazer Superman de volta ao imaginário da cultura popular já que apesar de todo o potencial para o sucesso, Superman atingiu grandes proporções de aceitação na sua origem devido, também, ao ambiente e ao momento pelo qual passavam os americanos. Em busca de uma saída para a crise de29, a população viu no personagem a motivação para lutar. A essência da história – deixando de lado os superpoderes – convida à superação. Hoje, em um cenário completamente diferente, O Homem de Aço é, ao mesmo tempo em que um amontoado de lutas, a história de um homem que viaja em busca da própria identidade e que carrega consigo apenas os valores aprendidos em casa.
É válido destacar, ainda, a atuação de Henry Cavill. Não permitindo qualquer comparação com Reeve, Cavill incorpora Clark Kent e Kal-El. Interpreta com emoção e autoridade. E, ao lado do espetáculo visual, é a atuação (não só de Cavill) o ponto central de um filme que tem em seu desfecho o retrato de uma sociedade mais descrente na esperança, mas, ainda assim, que acredita – cegamente – no surgimento de um herói.

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