São, ao todo, 3,5 mil títulos doados pelo médico e político Nicolau Araújo Vergueiro. Todos eles disponíveis ao leitor e à comunidade da cidade. São cartas, livros, objetos e memórias de um homem que ajudou a construir Passo Fundo. Dentro do calendário de inauguração – que acontece desde maio -, o Arquivo Histórico Regional promove, nesta quinta-feira a conferência “Nicolau Araújo Vergueiro: Memória Política” ministrada pela Profa. Ms. Ana Maria Rosa Prates. Além das palavras da Academia, o público poderá encontrar-se, também, com a própria memória: a Sala Acervos Privados – Fundo Nicolau Araújo Vergueiro estará disponível para visitação antes da conferência. Entre a teoria da História e a prática da memória, o próprio homem.
Doado em 2011, o ambiente da biblioteca, com objetos pessoais e móveis, de um dos personagens mais importantes do município, no início do século XX, foi refeito e transferido da casa da família para a Sala do Arquivo Histórico Regional de Passo Fundo, no Campus III da UPF.
Em 1956 a morte chegou para Nicolau. Além de dar nome às ruas, o homem deixou um pedido: esperar ao menos 50 anos antes da publicação e divulgação do acervo. O motivo, acredita-se, talvez seja a preservação de nomes e situações citadas nas memórias que preenchem oito volumes reunidos no ano de 35. Entre política e cidadania, Nicolau colocou nas páginas a história não apenas de uma vida, mas de uma cidade, de um estado e de um país.
Antes de inaugurar a sala, o Arquivo Histórico trabalhou cerca de nove meses. Além do interesse pelos mais variados assuntos, Vergueiro guardava anotações, recortes de jornais e revistas – tudo entre as páginas de livros. Detalhista, soube registrar – nos objetos, na caligrafia, no cheiro – a história de se espalhava em frente aos olhos.
Além de todo o acervo intelectual, a Sala foi montada, também, com uma série de móveis e objetos pessoas de Nicolau Araújo Vergueiro. O próprio escritório, ali, refeito: desde a luz até a máquina que ajudou Nicolau a expressar tudo o que fora capaz de viver.