Uma surpresa robótica

Não se esperava muito dele, mas todos irão se surpreender!

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Primeiro, Guilherme Del Toro teve que lutar contra o rótulo de cópia de Transformers. Depois, o enredo não agradou. Robôs, de novo? Círculo de Fogo ganhou a crítica e pisou em cima de toda a rotulação preconceituosa. Estreia, em Passo Fundo, amanhã e carrega, junto consigo, a expectativa de ser a melhor surpresa do ano.

O longa tem personalidade e, segundo alguns sites especializados, é capaz de superar a trilogia de Michael Bay. O enredo é repleto de diversão, ação e é embebedado de ficção científica. Tudo, por aqui, é grande. O diretor e co-roteirista consegue, em cada cena, elevar sua paixão por filmes e séries japonesas de monstros à enésima potência. E, não, isso não é um defeito. Del Toro extrai o melhor de suas referências e ultrapassa clichês. Funciona: a crítica elegeu Círculo de Fogo como blockbuster mais nerd e divertido do ano.

Como isso aconteceu? Del Toro não inovou, tanto, a narrativa, mas faz a destruição de Homem de Aço parecer coisa de criança. Seus robôs são realistas e destruidores. Segue a proposta infanto-juvenil, mas o público que acompanhou, de perto, os Power Rangers, vai se identificar, curtir e pedir para ver de novo. O enredo é simples: robôs atacam a humanidade que precisa se defender de alguma forma. A criação de robôs, aparentemente, melhores não é suficiente. A esperança recai sobre um robô obsoleto. É simples, mas é, também, um espetáculo.

No que diz respeito ao visual, Círculo de Fogo atende às expectativas. O universo de ficção é um espetáculo de cores e efeitos. O filme não é 3D e nem precisa: cada cena é um palco para os amantes do olhar. Os combates, ao contrário dos longas que optam pelo obscuro, são claros e permitem observar e identificar cada nuance. Em cada minuto, é possível sentir o próprio diretor. O ritmo que o longa ganha vem da mente de Del Toro que parece dirigir o filme de seus sonhos.

Mas em círculo de Fogo, nem tudo são os robôs. Questões atuais, como a preocupação ambiental, estão presentes, e o que chama a atenção é, especialmente, a capacidade de união da humanidade diante de um perigo. Não há patriotismo, pelo contrário: a crítica predomina. Ainda assim, o longa ganha uma percepção mais humana ao retratar o desafio. Se não fosse isso, poderia parecer um filme de ação bobo, com um fundo científico. Mais um, aliás.

Mas não. É inteligente e artístico. Del Toro é capaz de entregar um filme divertido e questionador. A cada cena, você escolhe: ou apenas se diverte ou ri enquanto se percebe do rumo da humanidade.

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