O show Talentos da Terra acontece no primeiro dia do próximo mês e reúne músicos cuja origem está em solo gaúcho, passo-fundense – da região. Além dos intérpretes que o Segundo apresentou na edição de ontem, há, ainda, o responsável pela abertura do evento. Formado em música, ele vê no violão uma forma de transmitir sua arte. Jonathas Ferreira é precursor do estilo que escolheu, o “Fingerstyle”, na cidade, no estado e no país. O violão, para ele, é mais que um instrumento. É, na verdade, uma infinidade de possibilidades de se fazer, ouvir e sentir as melodias.
Fingerstyle
Jonathas escolheu o Fingerstyle – estilo que vê o violão como um instrumento percussivo, melódico e harmônico. O jeito que toca chama a atenção, também, por que utiliza de afinações alternativas, fugindo do convencional e do comodismo de um estilo só. O termo em inglês significa, literalmente, “estilo dedilhado” e o primeiro contato dele com Jonathas aconteceu na faculdade. A sonoridade impulsionou a busca por novos materiais e técnicas que pudessem se encaixar com a personalidade do músico. “O Fingerstyle é um estilo de tocar violão com cordas de aço com os dedos e não com palheta. Neste estilo, são utilizados alguns recursos não muito usuais do violão popular como o uso de afinações alteradas, de técnicas de guitarra e do uso do corpo do violão como percussão. Quem não conhece o estilo, diz que a sonoridade do violão soa como vários violões tocando junto”, explica. Ele comenta, também, que prefere não aderir a rótulos: “Penso que a música que crio nao cabe no rótulo ‘estilo’. Prefiro classificar como ‘música do mundo’. Minhas composições tem influências de todas minhas raízes musicias, que são bem variadas”, comenta. No palco do Talentos da Terra, mostrará a comunidade passo-fundense tudo o que aprendeu, experienciou e, ainda, produziu ao longo dos anos.
Uma agenda lotada
Além de trabalhar na Musiclass, Jonathas se dedica, também, a uma agenda de shows que carregam consigo emoção e energia. Além das composições próprias, Michael Hedges, Andy Mckee, Don Ross e Laurence Juber também estão no repertório.
O foco, agora, é na divulgação do primeiro disco, que será lançado no final de setembro. Mas para chegar até aqui, foi preciso dedicação, concentração e uma dose de amor à música. “Eu comecei a tocar violão com 13 anos. Desde então, eu tocava em pequenos eventos de amigos e em Grupos de Jovens.” Um ano depois, percebeu que a música não precisava ser apenas hobby e podia, sim, se transformar em um instrumento de trabalho: “Iniciei como professor, repassando algumas dicas aos amigos. No segundo grau, comecei atuando com bandas, tocando guitarra, violão e também cantando, mas nunca deixei de dar aulas.” Hoje, Jonathas é bacharel em violão pela UPF, já tocou em diversas bandas e projetos musicais de estilos variados, já trabalhou como professor de violão em escolas da rede municipal e particular e, ainda, na Escola de Música Musiclass. Em meio a acordes e melodias, quase não sobra tempo.
O primeiro disco
A produção aconteceu em julho e é o primeiro registro autoral de Jonathas. “São cinco faixas de minha autoria. Terá uma pitada de música regional, brasileira e latina, em um estilo diferente de tocar”, comenta. A produção foi feita em Porto Alegre, na Flórida Produções, estúdio do Michael Correa, que também é o produtor do disco. “A gravação deste material será, sem dúvida, um grande ponto da minha carreira como músico”
E depois?
Depois de gravar o disco, Jonathas se apresentou em São Paulo e, agora em agosto, passou pela Holanda, Bélgica e França. O objetivo? Levar música brasileira pro outro lado do oceano e também estudar com Pierre Bensusan. “É um dos maiores violonistas de Fingerstyle da atualidade”, comenta. O aguardo, agora, é pelo palco do Talentos da Terra.
Serviço:
O evento acontece no dia 1º de setembro, às 15h, no Portal das Linguagens – durante a programação da 15ª Jornada Nacional de Literatura. O ingresso pode ser obtido no Jornal O Nacional, na Escola Musiclass, Na FAC, na UPF Idiomas e no dia 1º no local - conforme a disponibilidade. Ainda, é uma forma de incentivar a solidariedade: novamente a entrada acontece perante 1kg de alimento não perecível a ser doado para entidades carentes.