O picadeiro é brasileiro

Marcos Casuo, único brasileiro a ser protagonista da montagem Alegria, do Cirque du Soleil, se apresenta na Jornada Nacional de Literatura

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O Circo da Cultura se ausenta e deixa espaço para o Portal das Linguagens, mas nem por isso o picadeiro deixa de existir na 15ª Jornada Nacional de Literatura. Depois de uma trajetória no Cirque Du Soleil, o palhaço Marcos Casuo retorna ao  Brasil  com  a  intenção  de  revolucionar  os  espetáculos  de picadeiro. Em agosto e setembro, a montagem Universo Casuo ganha os palcos do Rio Grande do Sul e, no dia 1º de setembro, os de Passo Fundo dentro da programação da Jornada. Alegria, vibração, emoção – estranho seria se o espetáculo não acontecesse durante a maior festa literária do Brasil.

Com linguagem moderna  e  vibrante,  a  história  se  desenvolve  por  meio  de  performances, cores,  luzes  e  sons  a  partir  da  perspectiva  de  Clown  (Marcos  Causo),  um palhaço  que  entra  na  dimensão  da  Terra – Planeta  Azul – para  colori-la através de sonhos e fantasias. É uma experiência de sentidos.  Em entrevista ao Segundo, Casuo explica que o espetáculo é uma nova proposta para o país. “É um espetáculo de  altíssima  qualidade,  com  muita tecnologia,  humor, efeitos especiais, enredo próprio, música ao vivo e figurinos excepcionais.” De fato, o palco vira o centro de um grande caleidoscópio de cores e sentimentos – a certeza é que o espetáculo emociona. “É melhor o público levar lencinhos!”, brinca. “Trouxe a verdadeira  magia  e  encanto  dos  circos  tradicionais  e  o  glamour  e  respeito que aprendi com o Cirque du Soleil para o meu país”, comenta.

A história, por si só, se desafia ao escolher contar a história de um  Universo  paralelo,  o Universo  Casuo, através  do gramelô,  língua  oficial  desse  planeta  multicolorido,  um  lugar diferente, onde tudo é possível. “O espetáculo foge do tradicional. Tem a capacidade de envolver o telespectador”, relata. Clown percebe que  a  Terra,  o  Planeta  Azul,  que  antigamente esbanjava  cores,  hoje  está desbotada, quase sem cor.  O tema, extremamente atual e relevante, ganha os palcos e uma nova forma de ser visto. Em cena, a realidade que, muitas vezes nubla a visão, é superada pelos sonhos e pelas fantasias de um palhaço que resolve atravessar um portal, e trazer de volta à Terra a magia e, assim, torná-la, novamente, colorida.

Universo Casuo é a exploração do lúdico. É, também, a tentativa de trazer dignidade à realidade do circo no Brasil. “Depois de 8 anos no Cirque, eu percebi que o artista brasileiro também poderia ser valorizado. Decidi sair da ‘Fábrica de Sonhos’ para realizar o meu próprio sonho. E estou muito feliz!”, comenta Casuo. A experiência no palco contraposta a experiência do solo brasileiro transforma a montagem em uma espécie de empurrão para a realidade.“O espetáculo mostra inúmeras  maneiras  de  superarmos  nossos limites, mostrando uma nova e inovadora forma de entretenimento circense  para o Brasil”, define Casuo. Uma história será contada através  de performances  de  vários  artistas – roupas,  maquiagens e efeitos.  Em Universo Casuo, o figurino é uma espécie de extensão do artista.   Aos olhos, à mente e ao coração, Universo Casuo é, literalmente, um espetáculo.

Quanto à escolha da Jornada como palco, Casuo é enfático: “Utilizamos do circo como ferramenta de educação. O espetáculo tem tudo a ver com a Jornada porque ambos se utilizam do lúdico para fortalecer a cultura. Estou ansioso!”, encerra.

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