Pensar a leitura de forma universal é um desafio, principalmente quando se fala em agregar conhecimentos e experiências de 41 universidades de diferentes cantos do mundo. A Red Internacional de Universidades Lectoras surgiu há 5 anos com o objetivo de fomentar a leitura e a escrita na comunidade universitária. Na 15ª Jornada Nacional de Literatura, membros da comissão permanente da rede se reuniram com a intenção de avaliar os resultados obtidos até o momento e propor novas iniciativas para a formação leitora e cidadã. A primeira questão debatida diz respeito a própria rede e seus objetivos. Segundo o professor Eloy Martos Núñez, a rede é um projeto universal para promover a leitura nas universidades e deve funcionar de forma transversal, utilizando todos os recursos que a universidade pode oferecer. Já para a professora Tania Rösing, o principal desafio das universidades é que a aprendizagem seja em conjunto. “Cada um fica com sua pesquisa, mas esquecemos que o olhar deve ser mais abrangente”, comenta.
Entre as propostas para os próximos anos, os professores destacaram a importância de uma pesquisa que levante dados sobre o perfil dos leitores das universidades pertencentes à rede. De acordo com Tania, “todas essas ações são extremamente significativas dentro do universo acadêmico”. Assim, o professor Eloy sugere que se façam trabalhos voltados para os docentes, mas principalmente acadêmicos. Trabalhos como esses se tornam ainda mais importantes quando dados mostram que apenas 38% dos jovens brasileiros lê pelo menos 30 minutos por dia, enquanto 21% deles nunca lê. Para os participantes do encontro, maior desafio é encontrar ações que possam ser aplicadas para transformar a realidade dos jovens. “Precisamos efetivamente assumir o compromisso de um trabalho em rede”, conclui Tania.