Autores gaúchos ganham o mundo

A presença de escritores gaúchos no exterior foi o tema do segundo dia do 4º Encontro Estadual de Escritores Gaúchos

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O que é o mundo? Para alguns, o mundo pode ser tudo que está a quilômetros de distância, para outros, o mundo é o próprio quarto. Quando falamos na literatura gaúcha, o mundo é o exterior. A presença de escritores gaúchos no exterior foi o tema do segundo dia do 4º Encontro Estadual de Escritores Gaúchos, que acontece dentro da programação paralela da 15ª Jornada Nacional de Literatura. Sob a mediação do escritor Luís Augusto Fischer, os escritores Carol Bensimon, Eduardo Sterzi, Michel Laub e Paulo Scott comentaram suas experiências e debateram a“exportação” de obras gaúchas.

Para o escritor Eduardo Sterzi, quando pensamos em literatura e arte a grande pergunta é onde começa lá fora, o que é nosso e o que não é. “Nós tendemos a esquecer que tudo é uma questão de onde se olha”, comenta. Para ele, boa parte do tempo somos estrangeiros. “Só somos de um lugar naquele lugar. Nós somos o mundo lá fora”. Já Paulo Scott lamenta a difi culdade de propagar a leitura dentro de um país como o Brasil, e da insistência em projetos num país que em que as pessoas não leem, principalmente seus próprios autores.

“É muito mais fácil dominar uma população que não lê, que não interpreta”, critica. Michel Laub ressalta que a questão principal está ligada ao reconhecimento do Brasil lá fora. Para ele, apesar do crescimento, o desconhecimento sobre a nossa literatura ainda é grande. “Acho que o aumento do interesse se deve muito mais ao momento econômico do Brasil. Todo o interesse cultural deriva um pouco do econômico”, comenta. Laub acredita que quando um escritor chega ao exterior, é o mais longe que ele pode ir e que, apesar de o leitor estrangeiro não ter as mesmas referências, a universalidade da linguagem literária faz com que ele compreenda o que o livro diz.

Quando questionados sobre suas referências literárias, os escritores foram uníssonos ao dizer que o importante é ler de tudo. “A literatura me ensinou a não ter preconceito”, comentou Paulo. Segundo Eduardo, existe uma tendência a criar uma espécie de infl uência mútua. “Quando a gente tenta hierarquizar a literatura (o que é boa leitura e o que não é) a gente começa a perder leitores”, alerta. Já Laub duvida que exista uma crise deleitura, que é errado dizer que as pessoas, principalmente os jovens,não leem. E Carol completa: “Talvez falte dar mais valor a questão de ler por prazer”.

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