Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos

Adaptação literária de Cassandra Clare estreia em Passo Fundo

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Em um cenário onde vampiros brilham, lobisomens parecem cães bem adestrados e o terror é, muito mais, um gênero de entretenimento e diversão do que algo a dar medo, Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos é um enredo que se diferencia – um pouco, não muito - da fantasia adolescente que transborda das telas.

Coragem talvez seja a palavra certa por aqui. Ainda que as cenas não sejam um livro aberto e, por vezes, escondam a violência, o sangue e a morte, o longa tem a coragem de ousar e deixar subentendido o que vem depois. Uma das cenas, por exemplo, mostra uma criança possuída por um demônio e prestes a atacar Clary, a protagonista de Lily Collins. O que acontece? Um lobisomem a tira do caminho. Poderia fazer parte de um daqueles filmes de um terror antigo, mas não: é parte de um filme adolescente e repleto da fantasia que a época pede.

Na onda das adaptações, a trama é baseada no livro de Cassandra Clare e traz, no enredo, a velha história da menina corajosa, de um garoto que tem, a sua volta, uma onda de mistérios que o fazem ter a cara do vilão e o melhor amigo inteligente. Os ingredientes são os mesmos de todos os outros, mas é a forma como eles são apresentados que difere o longa. Nada que o torne espetacular.

A história traz Clary Fray como testemunha de um assassinato cometido por jovens tatuados e com aparência gótica. Descobre-se que eles são, na verdade, Caçadores das Sombras, uma espécie de raça que luta com demônios no plano terrestre. Sem perceber ou sem vontade, ela acaba se envolvendo num universo de criaturas mágicas. O enredo se sustenta pelos seres do mal: capazes de tornar as cenas de ação, ainda que curtas, envolventes. A caracterização também é um ponto incomum no cinema juvenil: é pesada e bem feita.
O acerto da trama está nas relações exploradas timidamente: homossexualismo, preconceito e sexo são abordados sem moralismo e sem apelação – acontecem de uma forma natural. Mas tudo acontece, como dito, de forma tímida: os temas não ganham o destaque merecido na história e a opção é por explorar fortemente a mitologia.

A má notícia vem para quem é fã dos livros: não é quase nada do que está nas páginas. Os personagens são resumidos, a história é adaptada de uma forma um tanto tosca e o que é revelado somente no terceiro livro da série, já está exposto no primeiro filme. O por que disso ninguém sabe, mas, dá pra imaginar que ou a franquia não vá ganhar continuações ou o restante da série vai ser modificada para se adptar as primeiras mudanças. Confuso.

Não, o filme não é espetacular. Mas diante de tempos de fantasias loucas, sem criatividade e repletas de furos, o mínimo de Instrumentos Mortais apresenta pode ser considerado diferente, intrigante e... bom. Não chega a ser Jogos Vorazes, mas está longe de ser Crepúsculo.

Ficha 
Distribuidora: Paris
Gênero: Ação
Direção: Harald Zwart
Elenco: Lily Collins, Jamie Campbell Bower, Jonathan Rhys Meyers
Tempo: 130'
Classificação: 12 anos
Sinopse: Clary presenciou um assassinato, mas não sabe o que fazer porque o corpo da vítima e os suspeitos sumiram. Ainda, sua mãe desapareceu e, agora, ela a buca em uma NY repleta de demônios, magos, fadas, lobisomens. Ela conta com os amigos Simon e o caçador de demônios Jace Wayland mas acaba se envolvendo também em uma complicada paixão.

Horários: Bella Città II - legendado - 16h 18h30 21h

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