No cair da noite de sexta-feira, todas as atenções se voltaram para a Praça Marechal Floriano. Lá, o corredor de livros, tradicional da Feira do Livro da Cidade, preparava-se para receber os visitantes que chegavam para o lançamento oficial do evento, que acontece até o dia 10 de novembro. Com o tema “A leitura que abre as portas à arte”, o evento pretende relacionar a arte da leitura com as artes visuais e estimular, ainda mais, a leitura como forma de conhecimento, entretenimento e lazer.
Além dos livros, disponíveis a preços mais baratos, a Feira do Livro propõe uma programação intensa e direcionada para todos os públicos. De Claudia Laitano a João Azeitona e Mateus Santolouco, a Feira do Livro está mais plural do que nunca - crianças, adolescentes, adultos; amantes dos quadrinhos e dos retratos; entre páginas, exposições, bate-papos e palestras, a leitura - seja ela qual for - está a um toque de distância. Laura Lunardi, presidente da Associação do Livreiros de Passo Fundo, questionou o público sobre como se vê o mundo após uma leitura e, ainda, propôs uma leitura sem preconceitos e rótulos. “Somos leitores para trazer mais vida a uma conversa de domingo à tarde. Depois de um livro, podemos nos sentir mais perto da arte. Tudo é possível e, num primeiro momento, está o nosso alcance. Basta começar com um simples gesto, quase coreografado, de abrir um livro”, falou. A presidente da ALPF enfatizou, também, as homenagens prestadas nesta edição e convidou a cidade para participar da programação dos dez dias de Feira.
Entre esses homenageados, Paulo Monteiro, o patrono, também conversou com o público e em um discurso emocionado lembrou que a escolha por seu nome o deixou surpreso. Também, provocou o público sobre a relação do livro com as pessoas: “Estamos no meio de letras e de homens e mulheres de letras. Se essas pessoas não tiverem o sopro que faz vibrar as cordas vocais, nem o livro terá validade. O livro vale pelas pessoas que o escreveram e pelas pessoas que o lêem. Essa é a essência da literatura”. Ainda, a Educadora Emérita, Selina Dal Moro, agradeceu a todos que participaram de sua trajetória e relembrou um pouco da sua história. “Desde criança, eu quis ser professora. Aos poucos, fui descobrindo que a leitura e a arte escreveram os rumos da minha existência”, colocou.
Por fim, a diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Daniel Dipp, Leonise Colla, falou um pouco sobre o Projeto Viagem da Leitura, a Biblioteca Itinerante da escola e que foi escolhida como Amiga do Livro. Ao explicar o projeto à comunidade, Leonise ressaltou o carinho com que as atividades são desenvolvidas. “Durante um dia na semana, em um mesmo horário, toda a escola para ler - professores, funcionários e alunos. Pensamos em levar os livros para a comunidade e o projeto foi ficando cada vez maior e hoje as pessoas vão ao supermercado, ao salão de beleza e lá eles lêem. Achamos uma maneira de democratizar a leitura”, conclui.
Cheque Livro
Aproveitando a oportunidade, em seu pronunciamento, o prefeito Luciano Azevedo anunciou a instituição do “Cheque Livro” para professores da rede pública municipal. O prefeito destacou que o projeto é inovador e pouco utilizado no Brasil e tem o objetivo de garantir o amplo acesso ao livro e à leitura. A cada quadrimestre, o professor receberá R$ 50,00 na modalidade de ressarcimento: depois de comprar o livro - nas livrarias locais que serão credenciadas pela Secretaria de Educação - basta apresentar a nota fiscal e o valor será restituído.
Ao todo, cada professor tem o direito de investir R$ 150,00 por ano. A ideia é que o incentivo ajude a formação de docentes. “A leitura é a chave para o conhecimento. É para isso que se propõe o projeto”, afirmou Luciano, que complementou: “É mais uma ação da Prefeitura que reforça a imagem de Passo Fundo como Capital Nacional da Literatura, valorizando a leitura e os professores municipais”, destacou o prefeito.
ON na Feira do Livro
O Jornal O Nacional, em parceria com o Sesc, tem um estande próprio e, durante todo o evento, realiza atividades lúdicas para as crianças. Ao todo, serão recebidas cerca de 700 crianças no espaço em seis horários diários. E, além dos espaços para expositores, o espaço para os debates abriga, agora, cerca de 450 pessoas sentadas – 150 a mais do que no ano passado.
