Coluna: O declínio da gigante

Por Marcus Freitas

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Talvez não seja motivo para tanto alarde como indica o título dessa coluna, mas é fato consumado nos últimos anos que a Nintendo, chamada de Big N pelos fãs e adoradores, não é mais a mesma. Na última semana, a empresa japonesa anunciou uma redução de 70% na previsão de vendas do Wii U, uma queda de lucros sem precedentes na empresa. Para quem gosta de games e sabe da dimensão da tradição da Big N, é ainda mais triste ver que esse golpe já estava no script há um bom tempo. A verdade é que a Nintendo se relegou ao terceiro lugar na briga com Sony e Microsoft pela falta de audácia.

"Mas Marcus, o Wii foi o videogame mais vendidos da última geração, o Wii U não vai seguir o mesmo caminho?”. Sim leitor, o Wii passou das 100 milhões de unidades de acordo com o VGChartz.com, enquanto que PS3 e Xbox 360 ficaram na casa dos 80 milhões. Acontece que o Wii é um game muito de nicho, com hardware bem atrasado em relação aos demais – e o mesmo ocorre com o Wii U. O Wii competiria com os consoles da geração anterior a sua. O Wii U já nasceu defasado em relação ao processamento e capacidade gráfica de PS4 e Xbox One, assim como suas funcionalidades e interface online. Ok, gráficos não são tudo em um jogo, mas financeiramente falando como competir com GTA’s e outros multiplataformas que vendem milhões de unidades em um, dois dias? Ainda na questão gráfica, como competir com os indies da Steam, que oferecem mais diversão e facilidades na hora da aquisição?

Há poucas semanas nem o Netflix rodava direito no Wii U, e a recente atualização do aplicativo foi bastante simplória. Por outro lado, o portátil 3DS segue firme e forte com franquias e títulos exclusivos, dominando com folga o mercado do PS Vita.

Um fator que pode virar esse cenário é a sua tríade de exclusivos, Mario, Zelda e Metroid, mas recuperar o topo é bem mais complicado. Voltar a era de ouro do Super Nintendo, onde ela levou a melhor na briga com o Mega Drive nos anos 90 é praticamente impossível. Muita coisa mudou. A indústria, o jogador, o próprio conceito de jogo não são mais os mesmos. Apesar do tom alarmista dessa coluna, eu espero de verdade que a Nintendo arrume uma solução e dê a volta por cima com o Wii U ou até com um novo console. Chega de saudar o SNES, o negócio é olhar para frente.

 

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