Das estatísticas para o palco

Projeto Falando de Mulher, da Cia Arte & Palco em parceria com a Metamorphosys Cia Teatral, traz a violência de gênero para o palco em forma de dramatização e debate

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Elas são Marias. São Joanas. Robertas. Carolina. Helena. São mulheres. Mulheres em busca de paz. Mulheres em busca de um espaço sem medo. Mulheres que, todos os dias, colocam-se cara a cara com as estatísticas de uma cidade, de um estado e de um país onde a violência de gênero é uma doença e mata sua amiga, sua vizinha, a mulher que andava ao seu lado ontem. Diante da necessidade de conscientização e alerta para a violência de gênero, a Cia Arte & Palco e a Metamorphosys Cia Teatral, se uniram para promover uma noite de teatro e debate.

A busca por alternativas de conscientização para a violência contra a mulher é intensa. Não bastam panfletos distribuídos, notícias divulgadas, número de denúncia. É preciso fazer mais. E acreditando na possibilidade de ir além, os dois grupos teatrais apresentam, hoje, a partir das 20h30, no Teatro do Sesc, o Projeto Falando de Mulher. A proposta é uma conversa descontraída, onde as pessoas podem se fazer ouvir, sem culpas, na tentativa de encontrar o seu espaço social e sua identidade. O objetivo é despertar para o processo de busca da mulher por sua auto-estima e valorização como ser humano.

A sistematização do projeto é simples: Nos primeiros 30 minutos, os grupos apresentam a dramatização do poema Caso do Vestido, de Carlos Drummond de Andrade. Nele, o poeta um relata a história de uma mãe-mulher-esposa que sofre violência física, econômica, psicológica e social. Mergulhando na vida da mulher, Drummond fala de doçura e raiva com a mesma intensidade. Em cena, Helen Marie Moreno Job, Hannah Moreno Job, Marina Viacelli, Alessandra Pires e Carlos Job vivenciam traições, revoltas, revelações e a esperança de uma vida de paz e tranquilidade.

Depois da dramatização, durante uma hora o público terá a oportunida de de conversar com representantes da Delegacia da Mulher, da Casa de Apoio à Mulher, do Projur Mulher, da Coordenadoria Municipal da Mulher e dos Direitos Humanos. O espaço é para debate, questionamentos e respostas. Ao mesmo tempo que a proposta difunde o poeta do cotidiano, Carlos Drummond de Andrade, sensibiliza e chama à discussão a cerca da violência sofrida pela mulher.Além do elenco, participam do projeto através da sonoplastia Carolina Moreno e da iluminação Pablo de Sant. Helen Marie atua, também, como figurinista e Carlos Job é o diretor de produção.

O trabalho das duas companhias teatrais resulta em um projeto que usa da arte para, não apenas retratar, mas propôr mudanças, discussões e novas possibilidades de ação. O evento é gratuito (as senhas podem ser retiradas junto ao Sesc) e aberto a toda a comunidade.

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