O antes e depois de 300

Com a proposta de funcionar tanto como prólogo quanto como conclusão de 300, de 2007, A Ascensão do Império chega aos cinemas menos romantizado que o primeiro

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Sete anos depois do primeiro filme, 300 está de volta. Ainda que seja a sequência de um longa, A Ascensão do Império retrata uma história de 10 anos e se propõe a contar tudo o que antecedeu a Batalha dos 300 e como foi possível chegar até ali. O novo longa de Rodrigo Santoro em Hollywood estreia nesta sexta-feira, dia 07, e se desafia a manter a linearidade de 2007.

A história de 300 e de Ascensão do Império se passam paralelamente: Após a morte do pai, Xerxes, interpretado pelo brasileiro, dá início a uma jornada de vingança e ruma em direção à Grécia, com seu exército sendo liderado por Artemisia que é de responsabilidade de Eva Green. Enquanto isso, os 300 espartanos liderados por Leonidas tentam combater o Deus-Rei.

Em 2007, o 300 de Zack Snyder impressionou mais pela proposta visual estilizada que remetia à HQ escrita por Frank Miller em 1998 do que pelas escolhas do roteiro. A história, em 2014, se repete: com o auxílio da tecnologia, aliada à belíssima fotografia de Simon Duggan, a proposta se potencializa e o efeito HQ chega muito próximo do surreal.

E a escolha é assumida: contar a história de um homem que se transforma em entidade e lidera batalhas pela história é uma tarefa um tanto quanto irreal. Depois de tanto planejar, finalmente, a história ganha as telas: “Foi um processo longo, três ou quatro anos falando disso até que finalmente o roteiro foi aprovado. Foram introduzidos novos personagens e seguimos contando a história. A ideia é que o Xerxes conte o seu passado. O longa explora a origem desse personagem e como ele se transformou no Deus Rei que o primeiro filme apresenta”, comenta Rodrigo Santoro. Para ele, fazer o mesmo personagem, mas sete anos mais tarde, é uma oportunidade de revisitar a própria carreira. “Busquei trazer uma nova dimensão para esse personagem”.

Ao lado dele, Eva Green é, também, um dos destaques do filme. “Na verdade, a minha personagem cresceu com Xerxes, então eles têm uma relação ambígua, de irmão e irmã. Ela o manipula para se tornar o Rei Deus, na verdade. Ela tem muita influência sobre ele”. Dessa influência, nasce a guerra. E, além da guerra, o grande bem do filme.

Tanta espera resultou em expectativa que, pouco a pouco, se transformam em frustração. A utilização de flashbacks é, sim, um recurso eficiente. Os efeitos também são essenciais para a trama. Mas o roteiro de Kurt Johnstad e Zack Snyder é pouco profundo e explora quase nada do que a história teria para contar e acaba prejudicando a direção de Noam Murro.

Ficam com a responsabilidade de fazer o filme andar Xerxes e Artemisia. Ele por encarnar o status de semi-deus e ela por dar a vivacidade para a história de uma mulher capaz de dominar em um ambiente amplamente povoado por homens que em outras condições talvez jamais aceitassem o comando dela.

Mesmo que a crítica diga que não, você deve assistir A Ascensão do Império. Pelo menos para perder o fôlego nas batalhas travadas no mar – repletas de efeitos, sim, mas, também, de muita ação, força e capacidade de fazer você esperar pelo fim. Estreia hoje! Confira os horários na próxima página.

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