Depois de mais de 15 anos sem investimentos e em plena decadência, o Teatro Municipal Múcio de Castro finalmente passará pela tão aguardada restauração. A autorização para início das obras foi dada pelo Prefeito Luciano Azevedo nesta quinta-feira (13). Erguido no início do século 20, a reforma do prédio que serviu de sede para Câmara Municipal de Vereadores até a década de 1960, será executada pela empresa Atílio Tramontini Arquitetura, que venceu a licitação. A obra deve iniciar nos próximos dias, com prazo de conclusão de um ano. O investimento do será de R$ 923 mil, recursos próprios do município. O projeto arquitetônico da restauração foi elaborado em 2010 pela Zay Arquitetos Associados.
Segundo o arquiteto Atílio Tramontini a restauração vai manter as características históricas originais, já que o imóvel integra o patrimônio histórico e cultural de Passo Fundo e do Rio Grande do Sul. Toda a alvenaria do prédio será refeita para solucionar os problemas de umidade e descamação de pinturas. Também será feita a recuperação do telhado e esquadrias e uma nova pintura definida a partir de prospecção pictórica, mecanismo que indicou a cor rosa salmão para a fachada. “É uma obra artesanal, que vai obedecer ao projeto e as especificações técnicas do ambiente e, principalmente da época em que foi construído”, destacou o arquiteto.
Internamente, as mudanças serão feitas com a substituição completa dos carpetes, poltronas e cortinas, criação de antecâmaras, instalação de sistema de condicionamento de ar e ampliação da parte posterior para melhorar o acesso dos camarins ao palco. Os camarins também serão recuperados e ampliados. A reforma também vai dar condições de acessibilidade no tetro e nos banheiros. Serão 167 lugares, sendo dois para cadeirantes e dois para pessoas obesas, respeitando a legislação. A previsão é que o prédio voltar a receber a comunidade em aproximadamente um ano.
Obras diversas vezes adiadas
O aspecto atual do imóvel é de completo abandono. A situação chamou a atenção do Ministério Público Estadual ainda em 2009, quando uma reportagem especial do Jornal O Nacional mostrou que a falta de conservação do local já comprovava que a memória e a história de Passo Fundo estavam em esquecimento. Nestes anos, por diversas vezes o Executivo tentou licitar a reforma, inicialmente com recursos de emenda parlamentar e recentemente (2013) com recursos da própria Prefeitura, mas acabou diversas vezes adiada por falta ou falha de projeto, recursos insuficientes e ainda por ausência de empresas interessadas. Um dos motivos era que os levantamentos de custos realizados em anos anteriores sempre apontavam gastos bem inferiores aos necessários.