Desde o ano passado, Passo Fundo conta com a presença do 180 Selo Fonográfico. Pensado por Rodrigo de Andrade e Leonardo Marmitt a ideia é colocar o vinil no centro da música. A diferença central está na ambição dos dois: eles planejavam fazer os melhores discos do mundo. E, agora, pouco a pouco eles confirmam o seu espaço e não apenas produzem discos como também espalham a cultura do vinil pela cidade. Nesse processo, já realizaram duas Feiras de Vinil e se preparam para a terceira, nesse sábado. Dessa vez, uma diferença: somente o pessoal do 180 Selo Fonográfico é quem vai expor. Mas não se preocupe: isso não é pouco!
Entrevista com Rodrigo de Andrade
É a terceira edição da Feira de Vinil. Como está sendo a reação da galera?
Organizamos duas edições no final do ano passado e a resposta do público foi muito legal. A realidade do mercado fonográfico mudou muito nos últimos 15 anos. Hoje em dia, no interior, são raras as lojas de discos em que as pessoas podem chegar garimpar álbuns raros ou até mesmo comprar um LP novo, lacrado. Estamos fomentando esse tipo de cultura por aqui. E está sendo ótimo pois há um pessoal sedento por isso. As feiras são uma forma dessa galera se reunir e trocar informação, discos.
E como funciona a relação com os expositores? E o que o pessoal prefere mais: a troca ou a venda?
Na edição anterior tivemos vários expositores, com vendedores daqui e de outras cidades. Nessa terceira feira seremos só nós, do Selo 180. Mas queremos organizar uma maior no próximo mês, para o Record Store Day. Acontecem vendas e trocas. Dentro desse universo, há públicos bem distintos. Tem desde aqueles que querem aproveitar as barbadas e levar muitos discos baratos, como também aqueles audiófilos que preferem investir mais em um único item raro ou mesmo lacrado, com uma qualidade superior.
E para vocês do 180 que acabaram dando um up no vinil aqui em Passo Fundo, como é ver a galera toda procurando saber mais, comprar, trocar informações?
Isso é o mais legal: Fomentar essa cultura do pessoal parar e ouvir os discos, como quem lê um livro ou assiste um filme. A internet disponibilizou a música para todos, mas parece que o pessoal fica só na superfície, boiando num mar de informação. Transformaram a música numa trilha sonora para fazer faxina, andar de carro, etc. Existem campanhas para incentivar o hábito da leitura e, é engraçado isso, o que estamos propondo são formas das pessoas se relacionarem com a música de maneira mais profunda. E isso é o mais legal!