Há três anos, as salas de cinema se enchiam para conferir o colorido de uma animação que misturava araras e Rio de Janeiro. Produzido nos estúdios hollywoodianos da Fox e dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha, Rio conquistou o público, a crítica e as bilheterias e, agora, volta as telas. Dessa vez, o casal de araras Blu e Jade vivem na cidade com os três filhos. Urbanizados, a vida dos pássaros é semelhante a dos humanos e foge do que a natureza propõe. Irritada com isso, a família viaja para a Amazônia e se depara com desmatamento, contrabando de animais e a dificuldade de adaptação.
A animação começa com um prólogo da tradicional e conhecida virada do ano na Cidade Maravilhosa. Protegida por Túlio e Linda – um casal de cientistas que, no longa, estão em uma viagem pela Floresta Amazônica - a família de araras já está acostumada com a vida urbana – vê-se pela caracterização dos filhotes adolescentes: Bia, sempre com um livro nas asas; Tiago e o espírito aventureiro e a rebelde Carla, com seu fone de ouvido. As araras cozinham, leem, assistem TV, são adeptas dos jogos, do GPS e dos celulares. A cada nova anexação das manias humanas à vida dos animais, Jade se preocupa. Ao ver os donos na televisão, relatando a viagem, ela insiste para que a família parta em direção a Floresta. Ainda que com resistência, ela consegue a viagem.
Lá, a família de araras descobre que pode não ser a última sobrevivente da espécie. Os reencontros acontecem e, a partir deles, a história se desenrola. Entre familiares desconhecidos e Nigel, um conhecido inimigo, a família se depara com problemas maiores que a convivência com humanos: o local começa a ser desmatado e isso coloca em risco a sobrevivência dos animais. Ainda que seja uma produção infantil, Rio 2 trata com seriedade o assunto e usa das músicas, da comédia e do próprio efeito 3D como um alerta para a situação da Floresta Amazônica.
E, falando em 3D, o efeito é capaz de transformar a animação em um espetáculo de cenários. Não é exagero. Se, no primeiro filme, o público ficou encantado com a forma que a arquitetura foi utilizada, dessa vez, os olhos se enchem com as sequências das araras em meio a Floresta. Profundidade e riqueza são explícitas. O encantamento é instantâneo e cada novo personagem ganha nuances que quase ganham mais destaque do que o roteiro.
Além do efeito, o que ganha destaque na animação são os coadjuvantes – o que parece ser uma sina ou uma receita nas últimas produções do gênero. Em Rio 2, tartarugas tornam-se capoeiristas, o tamanduá vive uma espécie de saga a parte com as formigas e, até mesmo os vilões, são capazes de arrancar alguns risos do público. Nigel, ao lado de Gabi, uma rã venenosa, são os responsáveis pela ação do filme e, juntos, transformam o que já era engraçado em uma comédia ao quadrado. Entre musicais e apresentação dos ritmos do país – que acompanha a viagem das araras pelo interior do país e que foi organizada pelos já carimbados Sérgio Mendes e Carlinhos Brown -, Rio 2 é muito mais brasileiro do que o primeiro.
Sequencias são, sempre, um tiro no escuro. Repetir o sucesso das primeiras versões é difícil e repetir a fórmula não é suficiente. Carlos Saldanha percebeu isso e Rio 2 é superior ao primeiro: no roteiro, torna-se mais profundo, nos efeitos, mais técnico e os personagens são mais explorados. Se, ainda assim, achar que tudo é infantil demais aproveite a carona do sobrinho ou primo e vá para o cinema.
Rio 2 estreia, hoje, nos cinemas de Passo Fundo. No Bella Città, é dublado e 3D às 14h30, 16h40 e 18h50. No Bourbon, nas segundas, terças e quartas às 16h, 18h20 e 20h40 e quintas, sextas, sábados e domingos às 13h40, 16h, 18h20 e 20h40
Além de Rio 2, no Bella ainda estão em cartaz os filmes 300: A Ascensão do Império (às 21h) e Need For Speed (às 14h, 16h30, 19h e 21h30).
Já no Bourbon, A Menina Que Roubava Livros segue às 16h30 e 21h30 e Caçadores de Obras Primas está passando nas segundas, terças e quartas às 19h e quintas, sextas, sábados e domingos às 14h10 e 19h.
