A ministra da Cultura, Marta Suplicy, participou da abertura do "I Seminário Internacional Instituições nefandas: a agonia da escravidão e da servidão nos Estados Unidos, Rússia e Brasil", nesta terça-feira (20), no Rio de Janeiro. O evento é promovido pela Fundação Casa Rui Barbosa (FCRB), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A ministra Marta Suplicy destacou a importância do evento que reúne 20 pesquisadores nacionais e estrangeiros e tem como objetivo examinar e comparar os processos de escravidão no Brasil e nos Estados Unidos e de servidão na Rússia.
"Nesse formato que foi pensado, o mais instigante e inovador é a possibilidade de comparação entre o que foi a escravidão no Brasil e a servidão na Rússia e o que isso acarretou. São duas nações gigantescas, de territórios continentais e que hoje são parceiras nos BRICS e, ao mesmo tempo, que tiveram encaminhamentos diferentes, mas com muita semelhança", explicou a ministra.
Para o historiador e embaixador Alberto Costa e Silva, que também participou da cerimônia de abertura, o seminário "é um campo aberto com extremas possibilidades de investigação do início do comparativismo, o qual esse seminário dá um dos limites de apreciação no Brasil e estímulo a comparar as nossas escravidões com as do mundo".
Marta Suplicy destacou que o seminário é um reflexo da constatação de Joaquim Nabuco de que a escravidão permanecerá por muito tempo como uma característica nacional do Brasil. "Ele deixou uma reflexão muito pesada e verdadeira, o que gerou também a ideia do Museu Afro, em Brasília. Somos 52% de brasileiros que se autodeclaram negros, sabemos que somos muito mais enquanto nação: a nossa raiz é negra. O espaço também permitirá resgatar a auto-estima do processo civilizatório que o Brasil deve aos negros", declarou a ministra.
O museu, que deverá ser instalado em Brasília, será um espaço muito moderno e um Centro de Referência da Cultura Negra onde o visitante poderá, através do uso de interatividade e tecnologia de ponta, conhecer a trajetória dos povos afrodescendentes no Brasil.
O seminário acontece até a próxima quinta-feira (22) e tem entrada franca. Os interessados podem realizar as inscrições nos dias do evento, das 9h às 10h. Os participantes receberão certificados. As palestras e debates terão tradução simultânea inglês/português e português/inglês e transmissão ao vivo pela internet.