Um filme necessário

Com três meses de atraso em relação à estreia nacional, 12 Anos de Escravidão, vencedor do Oscar de Melhor Filme, estreia hoje em Passo Fundo

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Solomon Northup é um nortista negro, livre e letrado. Vive nos Estados Unidos de 1841 – poucos anos antes da abolição oficial da escravatura – e é enganado por uma oferta de trabalho. Obrigado a abandonar a família, Northup é aprisionado, levado ao sul escravagista e, lá, vive 12 anos de submissão, violência e humilhação. A história de 12 Anos de Escravidão é verdadeira e baseada na autobiografia de Solomon Northup, publicada em 1853. Vencedor do Oscar de Melhor Filme e consagrado pela indústria, crítica e público, o longa chega a Passo Fundo com três meses de atraso.

Dirigido por Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão é um filme sincero, sem eufemismos ou dramas exagerados. Fala da realidade e rejeita qualquer máscara utilizada ao longo dos anos para falar da escravidão. Não há senhores de escravos bonzinhos, liberdade concedida ou romance. Há, sim, exploração, violência e constantes estupros – únicas relações entre brancos e negros. Se engana quem pensa que o filme é só violência e humilhação. É o retrato de uma sociedade mergulhada em uma única visão. É a luta de um homem que aprende que, no contexto em que vive, submissão significa sobrevivência. A crítica vai além e diz que 12 Anos de Escravidão é o melhor e mais necessário filme dos últimos tempos.

A interpretação de Chiwetel Ejiofor – responsável por Northup – é tão intensa quanto equilibrada. Ao lado dele, Lupita Nyong’o, se consagrou como a Melhor Atriz Coadjuvante para o Oscar e tornou-se um dos nomes mais requisitados de Hollywood. Ainda que com grandes nomes no elenco, 12 Anos de Escravidão custou apenas US$ 20 milhões, equivalente ao cachê de um único astro hollywoodiano. Vale lembrar que a participação de Brad Pitt, como produtor do longa, facilitou o apoio ao longa.

Ainda que a teoria insista em explorar a escravidão como um erro do passado, o cotidiano revela que não é, exatamente, assim. 12 Anos de Escravidão é a brecha encontrada por McQueen para se consagrar não apenas em hollywood, mas numa luta que é, lamentavelmente, atual.

Sobre Malévola
Se a dúvida maior de quem gosta de cinema é se Malévola estreia ou não essa semana, o Segundo responde: estreia, sim. Mas dublado e só dublado. Ainda que a classificação do longa seja livre, a opção já causou o questionamento do público já que, pelo que sinopse e trailer indicam, Malévola não é um filme tão infantil quanto os contos de fadas tradicionais. O fato é que não há como fugir: ou dublado ou a espera pelo DVD. 

12 Anos de Escravidão está em cartaz no cinema do Bourbon, legendado, 18h30 e 21h10. Já Malévola está em cartaz apenas na versão dublada,  no cinema do Bella Città, 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30.

 

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