Ele nasceu em 19 de junho de 1944. Acompanhando-o, desde muito cedo, a música e as letras sempre foram fieis companheiras – mesmo em tempos de cale-se. Hoje, perto de completar 70 anos, é referência na arte e cultura brasileira. Chico Buarque de Hollanda tem 50 anos de carreira, muita história na bagagem e voz e mente capazes de representar a coragem brasileira.
Chico Buarque escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, mas ganhou destaque ao ganhar o Festival de Música Popular Brasileira, dois anos mais tarde, com a música A Banda. Na época, em 1966, a Ditadura Militar pairava pelas ruas e se aproximava de seu período mais violento e repressivo. A música foi a aliada que Chico encontrou para criticar a situação do país. Por falar aquilo que sentia e o incomodava, Chico foi censurado em diferentes momentos. Usou da criatividade, da ousadia e da coragem para, apesar da censura, falar aquilo que pensava.
Apesar de Você, lançada em 1970, expunha a esperança de um amanhã diferente e, exatamente por isso, foi censurada logo após chegar ao público. Cálice, outra composição, demorou 5 anos para ser liberada, mas burlou o sistema censor: sonoramente semelhante à “cale-se”, trazia críticas à censura do regime – a repetição insistente é uma referência à dificuldade do regime militar. Assim como falou da repressão, Chico também chamou o povo para a luta. Roda Viva, por exemplo, é um pedido claro para a população. Toda a ação resultou no exilamento em 69.
Chico, no entanto, não ficou na Ditadura. Retornou ao Brasil em 1970 e, desde lá, sem a repressão e a censura, tornou-se unanimidade brasileira. Tem quase dez títulos literários publicados e suas músicas embalam a Música Popular Brasileira ainda hoje. Prova disso é que A Banda continua passando.
