Quadrinho de Passo Fundo

A aventura do passo-fundense Maurício Peixoto Zamprogna, que venceu o Salão de Humor de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, pelos quadrinhos

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Assinando como Ício, Maurício Peixoto Zamprogna é passo-fundense, mas sua arte está pelo Brasil. O gosto pelo desenho – que era apenas uma brincadeira – o seguiu pela infância, adolescência e o acompanha ainda hoje. Ainda que não faça do cartum e do quadrinho o sue ganha-pão, os desenhos criados pelas mãos de Ício já passaram por salões de humor nacionais e internacionais – México, Portugal, Argentina. No início de junho, duas notícias colocaram o nome de Maurício ainda mais por dentro do universo dos quadrinhos: Premiado com o 1º lugar no 1º Salão de Humor de Rio das Ostras-2014 na categoria cartum, além de Menção Honrosa na categoria HQ e premiado com o 3º lugar no 2º Salão Internacional de Humor de Manaus, Maurício conversou com o Segundo e falou um pouco mais sobre a sua relação com a arte. 

Como você iniciou nos quadrinhos?

Assim como a maioria das pessoas, eu adorava desenhar quando era criança. O problema é que continuo gostando até hoje! Eu criava jornaizinhos satirizando minha família, fazia gibis no estilo turma da Mônica... Mas eram mais rabiscos, brincadeiras. Depois, durante um bom tempo, deixei o desenho um pouco de lado, e somente há uns seis anos que voltei a desenhar. Foi aí que comecei com os cartuns, charges e quadrinhos.  O que, de certa forma, continuam sendo rabiscos e brincadeiras.

Hoje quando tu senta pra produzir algo, como é o processo? Tu pensa em que?

Não tenho uma regra para a criação. Geralmente, as ideias surgem em situações do dia-a-dia, como por exemplo, assistindo tv, andando pela rua, conversando com alguém, etc. Por isso, carrego sempre comigo um bloquinho de notas. Mas quando preciso desenhar sobre um tema específico, aí sim eu levo mais tempo pra formar a ideia final do desenho, pois dificilmente a melhor ideia é a primeira.

Qual a proposta que tu busca pro teu trabalho?

Primeiramente, na verdade essa atividade não é o meu ganha-pão. Trabalho durante o dia e normalmente o tempo que sobra pra mim fazer os cartuns é somente à noite. Bom, em relação à proposta, eu procuro fazer com que o leitor pare um pouco pra pensar sobre a mensagem do desenho que criei. Tento questionar algumas coisas. Não só em relação ao que vejo os outros fazerem, mas sobre o que eu faço também. É uma maneira de expressar os meus pensamentos. E os ingredientes que uso para isso são a sátira e a crítica. E uma pitada de humor pra dar liga. Mas também faço aqueles desenhos onde a intenção é simplesmente o humor. 

Você venceu o 1º Salão de Humor de Rio das Ostras, um concurso onde mais de 100 pessoas se inscreveram.. Qual a sensação de ver o teu trabalho chegar tão longe e representar uma categoria?

Mesmo correndo o risco de parecer ser um falso modesto, não considero que tenha chegado tão longe assim. É claro que fiquei muito feliz com o prêmio de primeiro lugar na categoria Cartum e com a repercussão que isso teve. Foi um grande reconhecimento. Não é fácil conseguir ser premiado nesses salões de humor, pois são competições que envolvem vários cartunistas talentosíssimos. No entanto, mesmo eu não tendo a ambição de ser o melhor cartunista de todos, existem muitas coisas que eu quero e preciso aprender.

Além disso, teu trabalho ficou em 3º lugar no 2º Salão Internacional de Humor de Manaus... Quando tu fez o teu primeiro quadrinho, imaginava que um dia eles estariam passeando pelo país?

Tão feliz quanto o 1º lugar em Rio das Ostras, fiquei com o 3º lugar na categoria HQ em Manaus. Afinal, este salão era mais difícil. Foram 1.243 trabalhos inscritos de artistas de 44 países diferentes. Uma média de mais de 200 desenhos em cada categoria. Quando comecei com meus quadrinhos, imaginava se um dia conseguiria chegar a um nível de poder participar desses salões de humor. Enviei vários desenhos que nem sequer foram selecionados para compor as exposições de alguns salões. Ainda hoje isso acontece. Mas não desisti, e fui cada vez mais aprimorando meu desenho. Fico contente em ver que aos poucos estou evoluindo em algo que gosto muito de fazer, que é conseguir passar para o desenho as minhas ideias.

E, por fim, quais são as tuas dicas pra quem também gosta de quadrinhos? Existe alguma regra?

O que posso dizer é que, se existe uma regra que sigo, é a mesma que serve para qualquer coisa que se deseja fazer bem feito: não desistir, procurar sempre aprender mais e ter muita paciência! É importante pesquisar sobre o assunto. Na internet existem sites muito bons. 

Para saber mais sobre maurício ou conhecer o mundo dos quadrinhos e dos cartuns pelo olhar dele, acesse o blog iciocartunista.blogspot.com.br.

Gostou? Compartilhe