Não é preciso muito para fazer rock - uma guitarra, uma voz, um som. A melodia embala, o ritmo alimenta e o sentido do som dá, também, sentido à vida. A reverência ao estilo que mais carrega as multidões acontece, em Passo Fundo, durante o mês inteiro entre shows que revelam homenagens, lembranças e identidade. Promovido pelo Sesc, o Mês do Rock é uma iniciativa diferenciada para entidade, para o cenário da música em Passo Fundo, para o público e para quem sobe ao palco. Iniciando nesse sábado, o projeto se estende pelos próximos dois finais de semana e apresenta a Jimmy Dog, Roudini e Os Impostores e General BoniMores.
Uma ideia, uma data, um mês
A ideia de comemorar o Dia Mundial do Rock surgiu no Sesc, ainda no ano passado, durante o planejamento de 2014. Andressa Pagnussat de Quadros, Agente de Cultura e Lazer da unidade do Sesc em Passo Fundo, comenta que o evento é uma novidade na agenda cultural do Sesc. “Objetivamos que as bandas tivessem um local para se apresentar, diferente da casa noturna, para que as pessoas apreciassem a música das bandas. Abrimos a programação do Sesc dando oportunidade ao produto local, nesse caso a música loca”, explica.
De fato, o Sesc é conhecido por valorizar a cena local – especialmente no que diz respeito ao teatro. Com a música, isso acontece de forma mais restrita já que o Sesc busca uma proposta cultural além da artística. Abrir o espaço, agora, é um desafio tanto para a entidade quanto para as bandas. “Essas bandas que nós escolhemos foram bandas que em outros momentos já sinalizaram a vontade de tocar no teatro, então recorremos a elas. Que bom que conseguimos oportunizar esse projeto pela primeira vez na cidade”, comenta. Quanto à estrutura, Andressa destaca que o Sesc vai disponibilizar todo o material necessário para que a banda prepare, de fato, um espetáculo – que vai desde a concepção da música até o cuidado com a iluminação.
A novidade fica no fato de concentrar o rock – um estilo que por si só já estimula o movimento – e a atitude de cada banda em um espaço que não é o de costume. Para Andressa, é a oportunidade de o público apreciar a música e o trabalho que cada banda desenvolve. “Aqui queremos que as pessoas que valorizem o trabalho deles e esperamos que a comunidade acolha esse evento. Além de serem bandas locais, são bandas que tem total consideração e responsabilidade na sua musica. É um trabalho profissional e ficamos felizes em poder disponibilizar esse espaço pra eles se apresentarem”, finaliza.
Outra diferença fica no preço dos shows: o preços variam entre R$ 5 (para comerciário com Cartão Sesc/ Senac), R$ 10 (para empresário com Cartão Sesc/Senac), R$ 6 (estudantes/ pessoas com mais de 60 anos com identificação) e R$ 12 para o público em geral. Os shows iniciam, sempre, às 20h (pontualmente!).
Apresentando: Jimmy Dog!
Formada em 2009, a Jimmy Dog é uma banda já conhecida no cenário do rock da cidade. Desde lá, já lançou um disco, três singles e cinco clipes: entre eles, "Um Garoto Sonhador" estreou na MTV brasileira, o que levou a banda a ser conhecida nacionalmente e, de quebra, receber destaque no cenário local já que a Jimmy foi a primeira banda da cidade a estrear um clipe na emissora.
Além disso, a banda sempre foi muito atuante nos palcos da região e tocou, inclusive, no Mundo Livre Festival em Passo Fundo, Santa Maria e Caxias do Sul. Desde a última apresentação, em maio de 2013, a banda voltou para os estúdios e prepara para o verão de 2014/2015 o lançamento do seu segundo disco, com 11 músicas inéditas e com uma formação nova que coloca uma pegada diferente de tudo que já foi lançado. Com Doug no vocal, Mathias Rodriguez na Guitarra, Pablo Shubby no baixo e Samuca nos sintetizadores e teclados, o objetivo da banda agora é evidenciar mais a personalidade dos músicos como banda, firmando o pé no seu terreno próprio, na sua sonoridade. “Nesse segundo disco procuramos uma proposta mais madura para a banda, tanto no tema de letras quanto na questão de arranjos e de melodias. É a oportunidade de criar uma identidade própria, estamos procurando criar mais de nós mesmos nas composições. E apesar de o disco de não estar pronto, vamos participar do evento para dar um gostinho do que vem por aí. Vamos apresentar músicas inéditas, músicas do primeiro disco e alguns covers”, adianta o baixista da banda.
A expectativa da banda para encontrar o palco do teatro é grande: “É uma experiência nova. Sempre foram (fomos?) acostumados a tocar com o público de pé... é um convite que nos motivou a pensar no show e vai ser uma novidade para banda e para o público. A expectativa está intensa, sempre tivemos vontade de tocar no Sesc e agora que surgiu a oportunidade, mesmo não estando ainda com a proposta de voltar aos palcos, aceitamos por ser algo que queríamos mesmo e, também, para comemorar o Dia do Rock”, explica Shubby. A proposta da banda é fazer o Teatro do Sesc sentir o Punch. “O que a gente se propõe é de levar nossa energia pro teatro, não vamos deixar de lado a pegada característica da banda. Não esperamos que a Jimmy se adapte ao teatro, mas que o teatro acolha a Jimmy Dog. Não vamos pensando em mudar nosso jeito, queremos sentir como o teatro vai nos receber”, destaca.
E o rock? Shubby concorda com o que dizem por aí: o rock nunca morre. “De um bom tempo pra cá, o rock está tendo uma sobrevida. Sempre dá um suspiro. Se mantém bem no underground e, ao contrário do que muitos pensam, isso não desqualifica o cenário. A galera que está ali, está pelo rock, não por outros motivos. Tem que ser assim. Agora, as bandas tem que se qualificar cada vez mais e essas inciativas vem ao encontro necessidade”, opina. Além do show, a banda vai lançar, ainda em julho, o clipe de Tão Longe, produzido pela Creativa Produtora. Enquanto o disco não chega, show e clipe ajudam na ansiedade da galera!
Mês do Rock
Show com a Jimmy Dog
5 de julho, 20h
Teatro do Sesc