"Cantando é que a paz tem salvação"

?EURoeNum planeta de medo e de terror... Nasce da terra um circo voador que viaja pelo mundo a fora sem sair do chão buscando nos quatro cantos a dança e a canção!?EUR?

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O sentimento é quase unânime. Nos primeiros acordes, um misto de sensações surgem dentro do peito do passo-fundense. Na voz, que mais parece um abrigo para aquilo que se sente, é possível viajar. A letra já é conhecida, a melodia também e quando a voz de Rodrigo Cavalheiro invade a nossa mente é impossível não se emocionar: “Festival, agita a cidade inteira! Festival, essa é a nossa bandeira” tornou-se o hino da cidade no mês de agosto e uma forma de se aproximar do festival no intervalo entre as edições.

Como surgiu
Composta numa tarde de 1999, Circo da Paz surgiu a partir de uma sugestão do atual secretário de Desporto e Cultura Pedro Almeida. Junto com o grupo Tebanos, Rodrigo Cavalheiro estava em processo de gravação de um CD e Pedro sugeriu que o grupo investisse em um trabalho autoral. “Nenhum de nós havia composto nada. Decidi “tentar” compor alguma coisa que fizesse referência a cidade de Passo Fundo, o grande Teixeirinha já havia feito isso, portanto, não seria eu quem o faria melhor”. Cavalheiro pensou nas Jornadas Literárias e no Rodeio, mas foi no Festival Internacional de Folclore que encontrou a inspiração certa.

Voluntário desde a quarta edição do evento, Cavalheiro buscou se aprofundar nos objetivos e no funcionamento do evento. A ideologia de paz, pregada pelo Festival, foi o que motivou a letra. “Primeiramente, como que por encanto ou sei lá que nome poderia dar, me veio as duas primeiras frases do refrão: “Festival, agita a cidade inteira. Festival, essa é a nossa bandeira”. Depois descobri que a palavra “festival” não muda em diversas línguas, ou seja, continua sendo “festival”. Então, qualquer um de qualquer país, talvez não cantasse toda ela, mas no refrão (ou pelo menos parte dele), cantaria com entusiasmo”, conta.

Na época, o Festival ainda era realizado debaixo de uma lona de circo e o título da canção, Circo da Paz, não poderia ser mais apropriado. “Dentro deste circo, todo cidadão é igual, sem distinção de raça, credo, cor ou partido político, as crianças e adultos podem viajar por diversas partes do mundo através da música e da dança destes povos distintos”, comenta.
Depois de pronta, a música não entrou no CD, mas agradou o coordenador do Festival, Paulo Dutra, que na sexta edição do evento pediu que Rodrigo cantasse no palco. “Nesta edição do festival estavam presentes, o presidente do CIOFF mundial, a Embaixadora Mundial da Boa Vontade da UNESCO e o Príncipe Dom João de Orleans e Bragança. Fiquei surpreso quando fiquei sabendo que ao cantar a canção, o presidente do CIOFF mundial pediu para sua guia a tradução da música e mandou um recado para mim dizendo que havia gostado e que ela descrevia todo o sentimento do CIOFF”, comemora.

O nascimento de um hino
O que era pra ser uma música para apenas uma edição do Festival, tornou-se o hino do evento a pedido de Paulo. “Fiquei sem palavras, até porque compomos para o povo, e ver esse povo cantando sua criação é realmente mágico, emocionante e delirante. Quando começamos a tocar a música [em uma das noites do evento] todos, de todos os países participantes cantaram, chorei. Nunca tinha escrito nem composto nada, era a minha primeira criação e vê-la sendo entoada por tanta gente me emocionou, e emociona até hoje, cada vez que subo ao palco para interpretá-la. E é gratificante ver e ouvir a cidade inteira com frases da música simbolizando um momento tão especial”, se emociona Rodrigo.

Além de Rodrigo Cavalheiro, os vocais de Circo da Paz são compostos por Fábio Manoel da Silva, Dalvenir do Nascimento Lima, Aline Shimidt e Daniel Borowski. No baixo Everton Rosa, na percussão Marcelo Pimentel, na bateria Cândido Mendes, no sax Rodrigo Ávila e na guitarra Luciano Bernardo.

“Cante essa canção e alegre o seu coração!”

Qual o teu sentimento quando ouve essa canção?

“A gente se emociona, com certeza. Tocou a música a gente sempre se emociona. Eu sempre aguardo como vai ser a interpretação. A música é nosso hino motivador!”
Aline Pacheco, coordenadora de guias

“Escutar este hino me faz lembrar das tantas vezes que participei das aberturas do Festival de Folclore, onde todas as pessoas de nossa comunidade se preparavam por meses para receber os mais variados grupos do mundo. Alegria, fraternidade e muita cultura!”
Beto Mayer, ator

“Só pensarei em fazer e mostrar o melhor e tocar a cada um, que o festival encante a todos, assim como me encanta a tantos anos!”
Dominiki Ceolin, bailarina da coreografia de abertura

“Quando se vê a lona lotada, a comunidade atenta e assimilando tudo que está acontecendo e sentindo a mensagem de paz que o Festival passa através do entrelaçamento de culturas, conhecimento e valorização e cada povo podemos nos contar felizes e realizados!”
Paulo Dutra, coordenador do Festival

“É um sentimento de alegria, de boas lembranças!”
Jéssica Dalbosco, estudante

“Empolgação! Como uma Jornada traz. Uma Copa do Mundo. Guardadas as proporções dá um sentimento de motivação por um tempo diferente que se vai viver!”
Marcelo Fener, metalúrgico e músico

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