Momento de amor e cumplicidade: amamentação

Semana Mundial de Amamentação, estratégia idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba, sigla em inglês) ocorre em cerca de 175 países

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Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS. Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos seis anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses.

A Semana Mundial de Amamentação é uma estratégia idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba, sigla em inglês) e ocorre em cerca de 175 países. Este ano, o tema global é aumentar a proteção, a promoção e o apoio ao aleitamento materno diante da contagem regressiva para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil alcançou em 2012 a meta do ODM 4, de redução da mortalidade na infância (menores que 5 anos), três anos antes do prazo estabelecido (2015) e com um dos melhores resultados do mundo, diminuição de 77%.

Posição do bebê é essencial para o sucesso da amamentação
Quanto à técnica da amamentação, a enfermeira responsável pela Maternidade do HSVP, Cleusa de Carvalho enfatiza que esta faz toda a diferença para se obter o sucesso no aleitamento. Outro fator que, segundo Cleusa, faz a diferença é a tranquilidade e a confiança da mãe. “O ideal seria que as mães fossem orientadas desde o pré-natal, da importância da amamentação, para que quando chegassem na maternidade, nós pudéssemos ensinar a técnica e apoiá-las”.

A posição do bebê é essencial para a amamentação. Cleusa explica que o bebê deve ficar posicionado de frente para o mamilo, virado para o corpo da mãe, desenrolado e sem roupas apertadas, com o queixo tocando a mama e o nariz livre. “O bebê não tem que pegar só o mamilo, deve pegar um dedo após este. Caso a mãe precise ficar afastando o seio com o dedo é sinal de que a posição está incorreta, e o bebê não vai conseguir mamar direito, além de que pode ocorrer um trauma mamilar, um dos fatores que faz com que a mãe pare de amamentar”, explicou a enfermeira, reiterando que a vontade da mãe e o apoio da família são diferenciais no processo da amamentação.

Orientação multiprofissional
Para uma completa assistência às mães, o HSVP disponibiliza uma equipe multiprofissional para orientar, incentivar e preparar a mãe para o aleitamento. Segundo Cleusa, a equipe é composta por médicos, enfermeiros, nutricionista, fonoaudióloga e psicóloga. “Os enfermeiros trabalham a prática e orientação da amamentação, o médico diagnostica problemas e nos dá suporte. Já a nutrição atua desmistificando mitos e cuidados sobre alimentação e cuida da Sala de Coleta de Leite Materno, nos casos em que as mães precisam fazer a retirada do leite para o bebê. A fonoaudiologia trabalha a área da deglutição, ensinando o bebê a sugar e orientando a amamentação nos bebês com alguma patologia e a psicologia dá suporte emocional às mães”, detalha Cleusa, lembrando a importância do apoio de profissionais competentes para o manejo correto da amamentação.
Mesmo após receber o apoio multiprofissional, algumas mães ficam com dúvidas a respeito da amamentação, após a alta. Pensando nisso, o Hospital São Vicente de Paulo disponibiliza o Disk Amamentação, um serviço que orienta as mães que estão com dúvidas em casa. Conforme Cleusa, dúvidas frequentes em relação a falta de leite, inchaço ou dor na mama, são motivos de ligações, e que podem ser solucionadas pelo telefone. “O serviço está disponível para todas as mães, indiferente se ela teve o bebê aqui ou não. Quando o problema não é solucionado pelo telefone, a mãe vem até a maternidade e nós prestamos o atendimento. O número do Disk Amamentação é o (54) 3316.4037. Em 99% dos casos atendidos, nós tivemos chance de sanar essas dúvidas”.

 

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