Você a conhece. Ela é elegante e vaidosa. Uma socialight que administra suas empresas. Viúva e mãe de três filhos. Sim: Dulce Alcântara Pereira Barreto está de volta aos palcos em um espetáculo que marca os quinze anos de vida da personagem. Um Bate-Papo com Gente Fina, Elegante e Sincera traz uma Dulce em uma reflexão sobre as pessoas e em busca da transformação dela mesma e do público que a assiste. É um espetáculo dinâmico, cômico e interativo, mas é, também, desafiador para quem está no palco e para quem está na plateia.
A trajetória de Dulce inicia nos montes no Himalaia. De lá, ela faz escalas na Índia, em Omã, África do Sul, São Paulo e, finalmente, Passo Fundo. Por cada um desses lugares, Dulce vê as pessoas e vê a forma como elas agem em diferentes situações. Intrigada, começa a refletir sobre cada atitude que percebeu. Da reflexão à interação, Dulce vê em Stéfano - Ismael Werlang - uma espécie de ponte para chegar até a plateia e é com ele, que é o secretário, o mordomo, o enfermeiro, o chofer, o cortador de grama, o (...), que todos os desabafos acontecem. “É um espetáculo muito didático. Fala de conceito, de pessoas, de comportamento, de humanidade, do significado de ser uma pessoa educada, uma pessoa sincera e uma pessoa elegante nos dias de hoje. O personagem disseca todo esse tipo de gente”, explica Beto Mayer, responsável por dar vida à Dulce.
O espetáculo todo é aquilo que o nome anuncia: um bate-papo onde Dulce coloca sua opinião para o público e espera uma resposta. “Ela começa a ensinar conceitos e a usar exemplos que se tem por aí. Quando ela fala de gente fina, existe uma vasta classificação para esse tipo de gente. Quando fala em sinceridade, existem formas de ser sincero. O que é ser elegante? A Dulce costuma dizer que hoje em dia a elegância chegou na mão de pessoas que na infância não tiveram educação”, exemplifica Mayer.
Entre exemplos e divagações, o texto faz um gráfico: entre uma cena e outra, Stéfano aparece e Dulce se divide na interação com ele e com a plateia. “O espetáculo é dinâmico, interativo e cômico”, conceitua o ator. E para chegar até esse resultado não foi fácil. O texto foi escrito por Beto Mayer e Maríndia Oliveira, que também dirige a peça. E, ainda que interaja constantemente com Dulce, Stéfano não tem fala. E é aí que entra a expressão corporal de Ismael Werlang que é, na verdade, modelo e um apaixonado pela arte. “O espetáculo foi muito bem pensado. Não foi uma tarefa fácil. Estamos ensaiando desde março. Ismael não tem texto, mas o trabalho dele é muito importe porque ele tem interação com a plateia. E você estar presente no palco e não poder falar, é muito difícil. Então a expressão dele tem que falar”, explica Mayer.
A Dulce, que surgiu na 1ª Mostra de Iniciação Científica da UPF, ganhou a cidade e a região e, agora, ganha um espetáculo que é capaz de passear pela sua personalidade e por suas diferentes facetas. Serão 50 minutos onde a personagem estará exposta e disposta a falar de si e do outro. Para Beto Mayer é desafiador e, ao mesmo tempo, um espetáculo que o encanta: “Nesses quinze anos eu pude construir a personagem. Estou adorando fazer esse espetáculo e é um aprendizado. Precisamos disso. Ficar sempre na mesma coisa não funciona. É um espetáculo que depende de mim e tenho que ter presença.”
Dulce e Stéfano se utilizam presença de Beto Mayer e Ismael Werlang, para fazer a plateia não apenas rir, mas também pensar. Durante o espetáculo serão lançadas dicas de comportamento que dão a direção do que está em cena e questionam parte daquilo que realmente se acredita ser. “No fim da historia, na frente do espelho, o que vemos? O público vai sair pensando. E o nosso papel enquanto artistas é fazer as pessoas pensarem. Temos que cutucar as pessoas pra elas acordarem”, conclui Mayer.
Um Bate Papo Com Gente Fina Elegante e Sincera
Teatro do Sesc, 14 de setembro
20h