Através das lentes da câmera, um mundo nasce. Intenso, é fruto de um olhar. Retratar a realidade através da fotografia é desafiador: entre escolhas, surge, fixado no papel, um universo que independe do cenário e que busca tocar quem o olha. Assim, com esse propósito, duas exposições trazem a Passo Fundo a oportunidade de conhecer diferentes contextos e intenções através da fotografia: no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider, Obturador Ambulante de Marco AntonioStello; no Centro de Convivência da UPF, Projeto Rondon: Olhar do Maranhão e Alma de Pernambuco, de Eduarda Ricci Perin e Taíse Souza Barfknechtque participaram do Projeto.
Obturador Ambulante
Desde a sexta-feira, novos olhares podem ser visitados no MAVRS. O Museu e a Universidade de Passo Fundo, por meio da Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, apresentam à comunidadea exposição Obturador Ambulante, de Marco AntonioStello. As fotografias de Stello são propagadoras de um imaginário de contemporaneidade urbana e refletem o pitoresco, o inesperado e ao mesmo tempo revelam a fraqueza. E é isso que o texto de abertura da exposição, escrito por Janaína Corá, destaca.
Obturador Ambulante é o retrato das cidades e a característica foi essencial para que aexposição fosse selecionada por edital específico lançado pelo MAVRS para artistas egressos da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF. Stello é egresso do curso de Publicidade de Propaganda da UPF, formado em 2003.O MAVRS fica na Avenida Brasil, 758, Centro, e funciona de terças a sextas-feiras, das 8h30min às 17h30min, sem fechar ao meio-dia, e aos sábados e domingos, das 13h30min às 17h30min. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 54 3316-8586 e 8587.
Olhar do Maranhão e Alma de Pernambuco
De registros atentos e sensíveis nasceu a exposição "Projeto Rondon: Olhar do Maranhão e Alma de Pernambuco", resultado de um trabalho dos rondonistas, que participaram da Operação Guararapes em Canhotinho, Pernambuco, e Operação Portal da Amazônia em Bom Jesus das Selvas, no Maranhão. De cunho itinerante, a exposição foi lançada junto à Semana do Conhecimento e está à mostra no Centro de Convivência da UPF e segue, na próxima semana, para Feac, Campus II e UPF Lagoa Vermelha.
Organizada pelas professoras Mariane LochSbeghen e Ana Maria Migot, a exposição conta com participação do curso de Artes Visuais e fotografias das acadêmicas de Publicidade e Propaganda, Taíse Souza Barfknecht e de Jornalismo, Eduarda Ricci Perin, que participaram do Projeto Rondon nas duas oportunidades. Sobre a exposição, Eduarda define: “O olhar expressivo parece ser característica da população de Bom Jesus das Selvas, no Maranhão. A partir da primeira fotografia, comecei a perceber e registrar os olhares do povo maranhense. O resultado? Esta exposição de olhares, faces e expressões”, pontua. Segundo Taíse, ela encontrou em Canhotinho um universo de cores exuberantes, músicas contagiantes, riqueza artística, cultural e humana. “Tal energia transpõe as mais variadas dificuldades, percorre os mais distintos âmbitos. Eis a alma pernambucana em ação”, define.
Conforme a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, participar de ações dessa natureza, além da experiência de desenvolver práticas acadêmicas em lugares ainda muito desprovidos de Políticas Públicas que acolham as necessidades e demandas de seus moradores, significa aguçar o olhar para a singularidade e beleza do seu povo. “As fotografias apresentadas, permitem identificar expressões muito significativas que falam de um lugar, de uma cultura, de uma diferença constitutiva dessas pessoas e que precisam ser respeitadas e apreendidas em cada ação e em cada momento da nossa existência”, constata.