Nem inícios, nem fins

Peça que mescla teatro e dança, apresentada neste sábado pela Trupe Dos Quatro, traz para o palco parte do infinito

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No palco, os começos e os fins ficam de lado. Não há pretensão de iniciar ou concluir algo. Há o puro e único interesse no meio, no desenvolvimento, no que habita entre o iniciar e findar de qualquer coisa. “Cru”, espetáculo de dança e teatro da Trupe dos Quatro, apresentado nesse sábado no Teatro do Sesc, traz o enfoque no ápice de todas as coisas iniciadas ou terminadas em algum tempo. 

Ao mesclar teatro e dança, o grupo usa da arte contemporânea para tratar das relações humanas com foco na intensidade que carregam - nos sentimentos que estão crus e transparentes, deixando de lado a preocupação com a origem e o fim das situações. Com processo de criação colaborativa, atores e bailarinos se despem de pudores e segredos e colocam em pauta suas cruezas que são, na realidade, a inspiração para interpretações e coreografias. No palco, o movimento se torna uma consequência daqui que cada artista carrega interiormente.
Além de dança e teatro, o espetáculo ainda apresenta uma mostra fotográfica e uma vídeo-dança, produzidas anteriormente, que dão continuidade a narrativa não-linear apresentada em cena. E, a cada nova apresentação, esses elementos assumem espaços diferentes, garantindo que “Cru” se modifique constantemente. Concebido por Edson Possamai, o espetáculo nasceu a partir do relato de experiências dos próprios bailarinos. A mudança acontece na interpretação: cada artista se responsabiliza por interpretar situações vividas pelo outro. É nesse jogo que as sensações acontecem e que o espetáculo ganha vida.


Dirigido por Cristian Bernich, “Cru” conta com a atuação de Edson Possmai, Eder Rodrigues, Fernanda Moreira Rodrigues, Renata Zanchettin e Rosane Marchetto, tem a duração de 65 minutos e será apresentado nesse sábado, 29, às 21h. Ingressos e informações no local.

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