Quando o entardecer de um final de semana se aproxima, os acordes de um violão e o timbre de uma voz começa a pedir espaço nas praças da cidade. Resultado de uma parceria entre a Secretaria de Desporto e Cultura e a Associação Passo-fundense de Músicos e Compositores, o projeto Música na Praça tem como proposta levar a música de Passo Fundo para perto da comunidade. Em sua segunda edição, o projeto completará, em março, 100 apresentações em 13 praças da cidade.
Tradição que retorna
Há muito tempo, Passo Fundo era berço de festivais de música que aconteciam nas praças, nas ruas ou nas calçadas do centro da cidade. Neles, muita gente descobriu o gosto pelos acordes e melodias. Com o fim dos festivais, a música na cidade ficou de lado, na espera por uma oportunidade ou por uma iniciativa organizada. A vontade da Secretaria de Desporto e Cultura era de retomar o clima que os festivais proporcionavam. O primeiro passo foi, então, organizar a classe e criar a Associação Passo-Fundense de Músicos e Compositores. “A classe conseguiu se organizar. Para participar do projeto é preciso se organizar, estar presente nas Assembleias e isso fortaleceu a APMC”, comenta José Ricardo Barboza, produtor executivo do Música na Praça.
Ele acrescenta, ainda, que o projeto se tornou uma ferramenta de fortalecimento para a música na cidade. “Vejo que conquistou-se um espaço para a música hoje. O pessoal já está acostumado a ver alguém tocando na praça”, comenta. Depois de criada a Associação, o projeto de colocar a música no centro do cotidiano foi tomando forma e foi lançado no fim de 2013, com a proposta de apresentar à comunidade os diferentes estilos e segmentos musicais que são produzidos por aqui. “Para a Associação, gera espaço para os associados poderem mostrar o trabalho deles. Mas também tem o lado, bastante importante, da comunidade: estamos levando música de qualidade – e de graça - para as pessoas”, continua o produtor.
#VemPraPraça
Em sua segunda edição, o projeto contempla de forma gratuita apresentações de 17 artistas locais – trios ou duplas - em praças da cidade, de sextas a domingos, com estrutura de som e palco. Éder Corso é uma das pessoas que no entardecer de sexta, sábado ou domingo se dirige às praças para encontrar um pouco de música. “O projeto música na praça é um projeto inovador, pois abre oportunidades tanto para a comunidade que não tem acesso a cultura quanto para os músicos participantes, pois ajudam a divulgar o seu trabalho. A praça se torna um lugar agradável para passar o tempo, tomando aquele chimarrão com os amigos e ouvindo uma boa música com os talentos da nossa terra”, comenta.
Ana Carina Shell Corso também vê no Música na Praça uma oportunidade de estar próxima à cultura da cidade. “Vou sempre que posso. Quem vai até a praça é porque gosta de boa música - e temos ótimos músicos aqui em Passo Fundo - e gosta de natureza”, comenta. Ela acrescenta, porém, que é preciso instigar a população a participar mais ativamente das atividades: “O Música na Praça é um projeto excelente, mas o pessoal comparece pouco. Precisamos divulgá-lo até as pessoas se entusiasmarem em aproveitar o que é disponibilizado. Temos praças lindas e precisamos aproveitá-las”, acredita.
José Ricardo concorda: “Estamos tentando de todas as maneiras fazer uma divulgação forte desse projeto. Realmente a comunidade tem a mania de comparecer só nas praças em que é perto da sua casa ou nem ir. São poucas pessoas que participam”, comenta e ressalta, também, que o projeto não busca, de forma alguma, impor a música, mas, sim, conviver com o ambiente que já existe. “É uma atração a mais para a praça, mas não conflite com o que está acontecendo”.
Programe-se
De sexta-feira a domingo, novos talentos e músicos com trajetória reconhecida dentro e fora de Passo Fundo participam da iniciativa que leva trilha sonora ao entardecer das praças da cidade. O projeto inicia sempre às 18h30.