É tão difícil um livro me conquistar de uma forma silenciosa e sorrateira que quando isso realmente acontece eu paro e penso: “Opa, tem alguma coisa errada aí!”, mas na verdade não tem. É apenas implicância da minha parte, medo de me envolver tanto com uma história a ponto de passar horas sem levantar da poltrona e esquecer que existe um mundo caótico me esperando lá fora. Maze Runner foi, sem dúvida, uma das melhores descobertas do ano. James Dashner construiu um enredo sólido, recheado de enigmas e muita aventura. Quando decidi iniciar a leitura não sabia absolutamente nada, nem mesmo havia lido a sinopse. Fui pelo faro e, felizmente, acertei em cheio. Logo nas primeiras páginas James coloca o leitor em situações complicadas, que confundem ao mesmo tempo em que aproximam o seu protagonista da nossa realidade. Thomas é corajoso, curioso e intenso nas suas escolhas.
O ponto de partida de Maze Runner me deixou um pouco tonto, afinal, eu não sabia onde estava e muito menos com o que iria lidar. James arrebata o subconsciente do leitor quando intensifica o número de informações sem explicá-las corretamente, é como se você fosse largado em uma ilha sem um mapa ou bússola para se localizar. O mais incrível é que essa enxurrada de informações é explicada com mais enigmas, você nunca se sentirá totalmente saciado, afinal, James explica um mistério e começa mais dois (isso me deixou maluco e fez com que eu devorasse as páginas). Maze Runner sufoca o leitor e desafia o seu psicológico, é um quebra-cabeça difícil de se montar.
A narrativa de James é em terceira pessoa, o que me deixou um pouco receoso no começo. No entanto, quando Dashner decidiu para quais caminhos iria direcionar a sua história, me senti mais confortável e a leitura fluiu normalmente. Apenas uma coisa me incomodou e, confesso, seria um grande spoiler se eu a citasse. O final do livro foi a parte que me deixou com um pulga atrás da orelha. Ao virar a última página me senti “traído” pelo autor, afinal eu estava confiante de que poderia ser diferente, que James conseguiria manter o seu ponto de vista intacto. Mas não foi bem isso que aconteceu. Contudo, me sinto pronto para encarar a “Prova de Fogo”, segundo livro da série. Espero que Dashner consiga me reconquistar e aumentar o seu espaço na sessão “favoritos” da minha estante.
Com relação à diagramação e demais componentes gráficos não há muito o que se falar. A diagramação é simples, sem muitos detalhes. O tamanho da fonte é agradável aos olhos e as páginas são amarelas. A capa é uma das minhas favoritas da estante, sério. Quando finalizei a leitura fiquei olhando para ela por alguns minutos, observando os pequenos detalhes...
Maze Runner é o tipo de livro que agrada os mais jovens e os mais velhos. Recheado de mistérios, aventura e uma pequena dose de humor, Correr ou Morrer é uma história infinitamente criativa e asfixiante. James Dashner soube conduzir o destino dos seus personagens à glória, e não há dúvidas de que uma história bem contada agrada até mesmo os mais exigentes.
Lembre. Corra. Sobreviva.