“Não sei por que você se foi, quantas saudades eu senti”, “Você é algo assim, é tudo para mim”, “Devo admitir que sou réu confesso e por isso eu peço, peço pra voltar”, “Não quero dinheiro, eu só quero amar”, “Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir, tenho muito pra contar... dizer que aprendi!”
Em algum momento, uma dessas canções, todas elas ou qualquer outra do vasto repertório de Tim Maia chegou aos ouvidos, embalou sua mente e deu voz à sua vida. Carioca da gema, Sebastião Rodrigues Maia, nasceu e cresceu na Tijuca e lá fez parte de um grupo de amigos que iria mudar o rosto da Música Popular Brasileira. Ao lado de Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Jorge Bem Jor, Tim Maia foi capaz de falar por uma geração que buscava, justamente, uma identidade. Com irreverência, ousadia e uma dose exagerada de talento, Tim Maia colecionou sucessos, conquistou seu lugar diante do povo brasileiro e se consolidou, não só como um ícone da música, mas como um ídolo eterno.
Buscando resgatar as lembranças da vida de Tim e, ainda, os 17 anos da morte do cantor, que aconteceu em 15 de março de 1998, o Teatro do Sesc recebe, no domingo, a banda Tributo a Tim Maia para uma espécie de viagem no tempo: pioneira no Brasil a homenagear o “Síndico”- apelido que Tim ganhou de Jorge Bem Jor - fez seu primeiro show um mês após o falecimento de Tim, em abril de 1998, e, desde então, tem encantado o público interpretando os grandes sucessos do cantor. No repertório vários sucessos do mestre negro da música brasileira ganham a voz de Tonho Crocco e o toque de Flávio Passos (baixo), Chico Paixão (guitarra), Leonardo Boff (teclado), Pancho (bateria), Rodrigo Siervo (sax) e Anjinho (trompete).
No palco, Tributo a Tim Maia busca lembrar a voz potente, o senso ritmo e o carisma inegáveis que acompanhavam o Síndico em qualquer apresentação e elementos que fizeram ele ser considerado o Pai da Soul Music no Brasil e eleito, pela revista Rolling Stone, o 9° maior artista da música brasileira. Tim era indomável: foi o primeiro artista brasileiro completamente independente de grandes gravadoras e, ainda assim, sua música conquistou o país e ultrapassou as barreiras de gerações. Não ficou apenas na voz e, para manter a liberdade artística e o controle financeiro do seu trabalho, fundou a editora Seroma e a gravadora Vitória Régia Discos e se consolidou, também, como um empresário de sucesso na indústria fonográfica.
Entre gritos de “Mais grave! Mais agudo! Olha o retorno!”, músicas que estavam na boca de homens e mulheres e um comportamento controverso – típico de uma época onde a juventude estava em ebulição – Tim ficou marcado por sua voz, uma das mais irreverentes do país e por ser capaz de colocar, em cada melodia, uma mistura de romance, rebeldia e ritmo capaz de percorrer diferentes épocas.
Tributo a Tim Maia
15 de março, 20h
Teatro do Sesc
Ingressos podem ser encontrados no valor de R$ 7 (comerciários), R$ 10 (estudantes e idosos), R$ 15 (empresários com cartão Sesc) e R$ 20 (público em geral).