Resenha: Pretty Girl

Por Leonardo de Oliveira

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· 1 min de leitura
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Angie Chapman está desaparecida e seus pais já perderam as esperanças de reencontrá-la. Parece que o tempo parou enquanto Angie não dava notícias. Os dias se tornaram mais gelados e cheios de dor. O que os pais de Angie não esperavam é que em uma manhã ensolarada a sua filha retornaria para casa, com cicatrizes e longos cabelos negros. Magra, esguia e sem nenhuma lembrança.

As perguntas feitas a Angie são sempre as mesmas: “Onde você esteve? Quem fez isso com você? Você se lembra de alguma coisa?” - e a resposta é sempre a mesma: “Eu não me lembro de nada.” Angie ainda se sente como uma criança. Os seus sentimentos e sonhos são de criança. A sua idade real? 16 anos. Para ela o tempo não passou, para ela foram apenas algumas horas fora de casa, no acampamento com suas amigas e seus familiares.

Pretty Girl-13 é um livro instantaneamente incrível, uma obra feita com os ingredientes certos. Liz Coley possui uma narrativa intensa e sem dúvida, dolorosa. As emoções de Angie são delineadas e delimitadas a cada capítulo com frieza e paixão, tudo ao mesmo tempo. Com uma linguagem simples e delicada, Coley nos insere na vida de Angela da maneira mais banal possível. O livro é estupidamente perfeito.

A obra é dividida em três partes: Primeira Parte - Você; Segunda Parte - Nós e Terceira parte - Eu. A narrativa de Liz é intercalada entre primeira, segunda e terceira pessoa, o que faz com que o leitor compreenda cada milímetro da história. A autora domina completamente os três tipos de narrativa, é como se ela torturasse o leitor em uma intensidade inimaginável. Pretty Girl-13 é um mistério psicológico de tirar o fôlego, um livro que demonstra o lado mais humano de uma garota que sofre por não ser compreendida por seus pais e familiares.

Liz Coley conseguiu abordar um tema incomum em sua narrativa, um sentimento que é muito recorrente em jovens: o transtorno de identidade dissociativa (TID) que nada mais é do que um mecanismo de defesa utilizado por crianças que ainda estão no processo de desenvolvimento e compreensão da sua identidade, onde podem se “dividir” quando estão sob condições extremas de abuso emocional.

Sem dúvida Pretty Girl-13 é um livro que merece estar na sua estante, não pelo valor concreto da obra, mas pelos sentimentos que você poderá depositar em cada folha de papel.

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