Aos nove anos, ele conheceu, pelas mãos do irmão mais velho, o disco ‘Quando o verso vem pras casa’. A identificação foi tamanha, que o menino deixou o cabelo crescer, passou a se vestir como o ídolo e ganhou o apelido de Marenquinho, nas ruas de Carazinho.
Integrante da nova geração de violonistas de sete cordas, Gabriel Selvage estará hoje à noite mais uma vez ao lado do artista que aprendeu admirar ainda na infância, o cantor e compositor nativista, Luiz Marenco. Os dois apresentam o show ‘Pra contrariar a quietude, às 22h, no Palazzo, centro de eventos, na vila Vera Cruz, em Passo Fundo. Os ingressos custam R$ 30, e R$ 250 para mesa de seis pessoas. A compra antecipada pode ser feita pelo telefone (054) 99372587.
A ideia de montar um espetáculo no formato voz e violão partiu do próprio Selvage após um show em um bar de Passo Fundo onde interpretou apenas canções de Marenco. “A obra dele teve papel fundamental na minha formação como músico. Já havíamos tocado juntos em algumas oportunidades. Resolvi fazer a proposta de um show neste formato e ele aceitou” conta.
O repertório reúne 17 canções, boa parte delas nunca havia sido interpretada ao vivo por Marenco. “Tenho um trabalho conhecido do público através dos discos e dos shows que faço sempre acompanhado de uma banda. Com apenas o violão do Gabriel, abriu a possibilidade de mostrar músicas, principalmente milongas, que nunca havia cantado ao vivo. Ficou um trabalho muito bonito. O gaúcho é esta figura com uma guitarra nas costas cruzando os campos. Gabriel tem esta alma de guitarreiro” conta.
O espetáculo estreou semana passada em Carazinho, sem ao menos um ensaio. “Só nos encontramos na hora de passar o som, quase na hora do show. Eu havia encaminhado os arranjos antecipadamente, mas não chegamos a repassar juntos, mas na hora deu tudo certo” diz Selvage. Na opinião de Marenco, “o violonista foi fiel aos arrranjos, respeitou a obra, mas conseguiu dar o seu toque especial.Ficou mais intimista” resume.
Dono de uma discografia de 22 CDs e 2 DVDs gravados ao longo de seus 25 anos de carreira, Marenco conquistou o troféu Açoriano em 2001 na categoria melhor disco do ano com Enchendo os olhos. Gabriel Selvage está em fase de conclusão do DVD Flor y Truco, uma homenagem ao violonista argentino Lúcio Yanel. Também desenvolve vários projetos ao lado da cantora Alana Moraes.