Lançado originalmente em 1994, “Gaúcho Serrano: usos e costumes”, de Pedro Ari Veríssimo da Fonseca, foi reeditado pela Editora do Projeto Passo Fundo e será lançado na manhã deste sábado, no Auditório da Academia Passo-Fundense de Letras, às 10h30. O livro, que faz um retrato do próprio Rio Grande do Sul, foi revisado, corrigido e ampliado em uma nova edição que chega a cidade através de uma iniciativa do próprio autor, possibilitada e promovida pelo Instituto Histórico de Passo Fundo, com o apoio da APL e, também, do Projeto Passo Fundo.
A obra de Ari Veríssimo foi escrita, nos anos 90, com o objetivo de ser publicada nas páginas do jornal. O historiador Paulo Monteiro, responsável pela apresentação do livro, destaca que, por isso, a primeira edição do livro foi publicada sem uma organização metodológica dos assuntos. Nesta reedição, o texto foi revisto. A essência, no entanto, se manteve. . “O autor manteve as entrevistas que fez, durante décadas com tropeiros, fazendeiros e outros homens e mulheres rurais de nossa região. Além das informações orais, Pedro Ari Verísismo da Fonseca buscou conhecimentos em vasta e rara bibliografia, que trabalhou durante anos”, comenta o ex-presidente da Academia Passo-Fundense de Letras. Ele acrescenta que o livro é capaz de traçar um panorama da sociedade em diferentes aspectos. “Em seu livro, mostra as diferenças culturais entre os moradores do Planalto Rio-Grandense, das Missões e da Fronteira. Ali estão a vegetação, a topografia, os meios de transporte, as habitações, as culturas agrícolas e pecuárias e até receitas da culinária serrana”.
“Gaúcho Serrano: usos e costumes” foi, durante seis meses, o foco da Editora Projeto Passo Fundo que trabalhou na editoração gráfica do livro: foram produzidos seis “bonecos” até que surgisse a proposta perfeita. São 369 páginas, 13 delas com ilustrações. “Os textos jornalísticos de Pedro Ari Veríssimo da Fonseca levam uma vantagem sobre os estudos acadêmicos, pois são obras de um publicista, de alguém vocacionado para escrever com o único objetivo de que os leitores comuns leiam e entendam o que ele escreve. Nesse sentido, escreveu quase uma dezena de livros, que o tornaram reconhecido muito além das fronteiras do Rio Grande do Sul, especialmente pelos estudiosos do tropeirismo”, afirma Monteiro.
Para o Instituto Histórico, a obra fala do Rio Grande do Sul, do gaúcho e do próprio Ari Veríssimo. “É a obra da vida dele. É, inclusive, autobiográfico. Passo Fundo tem três grandes historiadores: Antonino Xavier, professora Delma Gehm e Jorge Cafruni. Ari Veríssimo está entrando como o quarto grande historiador da cidade por todas as informações que conseguiu e por tudo isso que deixa escrito”, avalia Fernando Miranda, presidente do IHPF. Paulo Monteiro concorda: “Pedro Ari Veríssimo da Fonseca é, sim, um dos mais importantes estudiosos da cultura regional. Produziu uma obra modelar sobre a formação sociológica do homem que passou a ser conhecido como gaúcho serrano. E tem mais tudo isso na voz daqueles que viveram essas experiências, recebidas dos seus pais, avós e bisavós, o que confere vida à obra de Veríssimo sobre a sociogênese serrana”, conclui.