Há muito tempo, as rua de Passo Fundo exalavam música. Nas praças, no teatro, nas esquinas. Entre melodias antigas e novos acordes, a música florescia pela cidade. Depois de um hiato, cheio de saudade para quem tem lembranças e memórias, esse tempo parece ter voltado: depois de duas edições do Música na Praça, teve início, na noite dessa sexta-feira, I Festival de Música do Passo. Diferentes artistas, gênereos e estilos, músicos, compositores e intérpretes da cidade, se reuniram - e reúnem, também, na noite de hoje - para apresentar à cidade a música que nasce por aqui. O Festival acontece no palco do Teatro Múcio de Castro com início às 20h.
Depois das seis músicas apresentadas na noite de sexta-feira, outras seis ganham o palco neste sábado. Para o Secretário de Cultura, Pedro Almeida, a iniciativa busca a valorização daquillo que é produzido na cidade. “Passo Fundo é uma cidade que tem uma movimentação cultural referência em várias áreas, na literatura, nas artes cênicas, e na música a cidade revelou inúmeros talentos como Teixeirinha, Yamandú Costa, Osvaldir e Carlos Magrão e tantos outros”, inicia. “A volta da realização de um Festival de Música significa abrir uma janela importantíssima para valorização da música produzida aqui e coloca Passo Fundo no circuito dos grandes festivais de música, chama a atenção para nossos compositores, isso é muito importante. Estamos começando muito bem, com 75 obras inscritas, com um festival bem organizados e que o ano que vem já deverá ser ampliado”, complementa.
Para quem participa, a sensação é de uma porta que se abre. “Na hora que eu vi que eu tinha me classificado entre os 12 finalistas eu fiquei muito feliz, porque eu não esperava a classificação na verdade. E poder participar de um evento assim com músicos que eu admiro é muito gratificante O festival está sendo muito importante porque no final de tudo isso eu vou aprender muita coisa e aperfeiçoar cada vez mais o meu trabalho”, comenta Paula Araújo, que se apresenta na noite de hoje com a música Surprise me. Ela acrescenta que o Festival é a oportunidade de o público conhecer mais do trabalho dos músicos passo-fundenses. “Para o músico é um grande evento. A cidade tem muitos músicos talentosos e muitas vezes a gente nem tem conhecimento disso. Poder mostrar o teu trabalho para outras pessoas é muito importante para o músico, afinal nós dependemos do apoio e do carinho do público, e o festival só abriu portas para cada um apresentar um pouquinho do seu talento. Eu acho que todo tipo de evento que leva qualquer tipo de arte para a cidade contribui muito para a cultura. Todo mundo precisa de um pouquinho de arte para ser feliz, na minha opinião, e o festival está levando a música feita por pessoas daqui mesmo para a cidade, eu acho que isso torna o festival ainda mais especial”, completa.
Marcelo Fener, que apresentou, ao lado de Natalício Cavalheiro, Ghadyego Carraro, Neusa Braz, Evandro Lazarotto, Gustavo thomazi e Sabrina Antunes, Pontas da Alma, de Mateus Cavalheiro Del Ré, na noite de ontem e repete a parceria, na noite deste sábado, com a canção De mates e prosas, concorda com Paula. “É, acima de tudo, uma satisfação imensa estar no meio de tantos irmãos. Em especial o parceiro de dupla Natalicio Cavalheiro”, inicia. Para ele, que é acostumado, junto com o grupo, a participar de festivais pela região, a oportunidade de se apresentar aqui, é um importante passo na história da cidade. “Passo Fundo tem grandes talentos que são obrigados a garimpar festivais fora daqui. E, sem dúvida, nossa cidade tem plenas condições de abrigar um festival. É o primeiro, tem categoria geral. Mas, com certeza, vai se aprimorar e abrir espaço também para a música instrumental. É um passo do qual ficamos felizes em estar fazendo parte. Desejo que a comunidade passo-fundense acolha com carinho e apoie o I Festival de Música do Passo”, conclui.
A iniciativa é da Prefeitura de Passo Fundo e da Associação Passo-Fundense de Músicos e Compositores (APMC). Após o término das apresentações, os jurados farão a escolha das três canções primeiras colocadas, que receberão prêmios de R$ 3 mil, R$ 2 mil e R$ 1 mil. Os ingressos ainda podem ser adquiridos na Secretaria de Cultura (Av. Brasil Oeste, 792) e na Musiclass (Independência, 357) e devem ser trocados, antecipadamente, por um quilo de alimento não perecível. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 54-3312.1426.