Corações felizes

Espetáculo da Baillar conta a história de Passo Fundo através da dança e traz emoção ao palco neste sábado

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“Tá vendo aquela lua? Viu como ela tá feliz? É que nem o meu coração: feliz depois de assistir esse espetáculo!”. O depoimento é de uma das crianças que, na noite de quarta-feira, 16, assistiu ao espetáculo “Nas páginas de um livro, na memória de um povo”, da Baillar Centro de Danças, através do projeto Baillar para Todos. No palco, 140 bailarinos contam a história de Passo Fundo através de dança, música e poesia e proporcionam, ao público, uma experiência que resgata a emoção de pertencer a uma cidade. Na noite deste sábado, o espetáculo vai ser reapresentado no Teatro da Escola Menino Jesus.

Buscando envolver as entidades sociais, ONG’s e escolas públicas da cidade, o projeto Baillar para Todos surgiu através do desejo de apresentar a dança para quem nem sempre tem a oportunidade de estar perto de um palco. Para Raquel Rubert Pereira, sócia proprietária da Baillar, o olhar de cada pessoa na plateia é a maior recompensa para um projeto que demandou seis meses de ensaio e produção. “O que queríamos? Deixar os corações felizes! É uma coisa linda, é um projeto que me faz feliz porque podemos proporcionar para as pessoas que não tem a oportunidade e que nunca participaram de algo assim, um espetáculo de dança e história. É como um presente de Natal! Diante de todas as dificuldades que estamos vivendo, a gente não consegue transformar o mundo, mas, às vezes, em pequenos gestos conseguimos fazer a diferença”, se emociona.

Apoio
Do desejo à concretização, o projeto encontrou reforço no apoio de quem deu as mãos à Baillar e proporcionou duas noites de encantamento à crianças, adolescentes e adultos de comunidades carentes de Passo Fundo. “O objetivo do Baillar para Todos era proporcionar para as pessoas que não tem condições de ir até o teatro a mesma possibilidade de quem pode pagar R$ 30 pra assistir. Como iríamos fazer isso? Foi ótimo que as empresas de transporte coletivo urbano, como a Codepas, a Transpasso e a Coleurb, aceitaram o nosso desafio e foram buscar essas pessoas, levaram até o Teatro e, depois, as levaram de volta para as suas casas. Não adiantava somente darmos o convite, era preciso trazer eles até o palco. O nosso maior desejo era proporcionar um momento de bem estar e de felicidade”.

Deu resultado: a plateia, que nunca antes havia estado em contato com um espetáculo de alta produção, se encantou. “Foi impressionante como a plateia participou. Foi uma experiência de plateia diferente onde tivemos interação o tempo inteiro”, comenta. Ao todo, mil ingressos foram disponibilizados em duas apresentações diferentes: na quarta-feira, as comunidades puderam assistir o espetáculo que conta a história de Passo Fundo; na quinta, o grupo de Ballet Clássico apresentou “Quebra Nozes”. O grupo de bailarinos, no entanto, não se cansa: na sexta-feira, “Quebra Nozes” foi reapresentado em uma sessão aberta e, na noite deste sábado, é a vez de “Nas páginas de um livro, na memória de um povo” subir novamente ao palco.

Nas páginas de um livro, na memória de um povo
O espetáculo, que surgiu da proposta de Eliana Bortolon, tomou forma com a ajuda de Ana Paula Wickert e Paulo Dutra. “Pautamos o que dava pra transformar em dança, o que não dava, o que ficaria bacana no palco. Começamos com a história do Rio Passo Fundo, que segue com índios e tropeiros, e seguimos por toda a história da cidade até chegar nos eventos que fazem de Passo Fundo internacional: Rodeio, Festival de Folclore e Jornada de Literatura. Encerramos com a presença da Baillar na história da cidade. Transformamos a história em arte. Falamos da história, mas traduzimos, no palco, de forma artística”, explica. Ao todo, são mais de 20 modalidades no palco que, através de suas peculiaridades, fazem de “Nas páginas de um livro, na memória de um povo” um espetáculo diversificado. “Procuramos cuidar de pequenas coisas que fazem a diferença. Para nós é emocionante, buscando as informações nos emocionamos. Tenho certeza que o público vai encontrar um trabalho diferenciado. Contar uma história é complicado. Sempre citei o quanto a Baillar foi acolhida e o quanto a cidade nos recebeu de braços abertos. Conquistamos nosso espaço, fomos abraçados e, agora, é um agradecimento, um presente, uma forma de mostrar a nossa alegria em fazer parte de Passo Fundo”, conclui. 

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