Fim de tarde com música

Em sua terceira edição, o projeto Música na Praça movimenta o final de semana e apresenta artistas locais para a comunidade. Neste final de semana, é a vez de Paula Araújo ir para a praça

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Quando o entardecer de um final de semana se aproxima, os acordes de um violão e o timbre de uma voz começa a pedir espaço nas praças da cidade. Resultado de uma parceria entre a Secretaria de Desporto e Cultura e a Associação Passo-fundense de Músicos e Compositores, o projeto Música na Praça tem como proposta levar a música de Passo Fundo para perto da comunidade. Nessa terceira edição, que teve início em 11 de dezembro, o projeto contempla de forma gratuita apresentações de 17 artistas locais – trios ou duplas - em 12 praças da cidade, de sextas a domingos, com estrutura de som e palco. Ao total, serão 51 apresentações.
Projeto já consolidado e parte da vida dos passo-fundenses, o Música na Praça é uma oportunidade de olhar de uma forma diferente para a cultura da cidade. A cada nova edição, o projeto é consolidado um pouco mais e se organiza para melhor atender ao público. É o que acontece agora: a diferença desta para outras edições é que agora um mesmo artista se apresenta nos três dias do final de semana em praças diferentes, o que possibilita que as pessoas se programem e, ainda, que o artista possa circular de forma mais organizada.

Tradição que retorna
Há muito tempo, Passo Fundo era berço de festivais de música que aconteciam nas praças, nas ruas ou nas calçadas do centro da cidade. Neles, muita gente descobriu o gosto pelos acordes e melodias. Com o fim dos festivais, a música na cidade adormeceu, se concentrou em iniciativas independentes e ficou na espera por uma nova oportunidade. Isso aconteceu ainda em 2013, quando a vontade da Secretaria de Desporto e Cultura era de retomar o clima que os festivais proporcionavam. O primeiro passo foi, então, organizar a classe e criar a Associação Passo-Fundense de Músicos e Compositores. “O projeto Música na Praça colaborou muito com a cultura local e proporcionou uma mudança na música. A Associação surgiu a partir da necessidade de se ter algo organizado para poder colocar o projeto na prática”, lembra Samuel Quadros, secretário da Associação.
Depois de criada a Associação, a proposta de colocar a música no centro do cotidiano tomou forma, e foi lançado no fim de 2013, com o objetivo de apresentar à comunidade os diferentes estilos e segmentos musicais que são produzidos por aqui. Na época, foram 100 apresentações em todas as praças da cidade – do centro ao bairro – e um desejo enorme de continuidade do projeto. Deu certo. Uma nova edição aconteceu no fim de 2014/início de 2015 e outras 100 apresentações movimentaram as praças da cidade. E, em meio ao fim de tarde de um dia de verão, música, chimarrão, pipoca e amizade parecem conviver muito bem.

Efervescência cultural
Tanto para quem está no palco, tocando, quanto para quem está no gramado, ouvindo, o projeto se torna uma ferramenta de fortalecimento para a música na cidade, mas, não só isso: é um iniciativa que movimenta a cultura como um todo e proporciona que os olhares se voltem para o artista que é daqui. “Da primeira edição para cá, o projeto cresceu. O pessoal está mais atento e, agora, participa mais, elogia e quer ver alguém tocando na praça. Contribuiu muito para movimentar a cultura local. As pessoas querem ouvir música boa.”, comenta Samuel. De fato, o cenário encontrado comprova a fala de Samuel: as apresentações, que acontecem sempre na sexta-feira, sábado e domingo, estão sempre cheias e a praça se torna ponto de encontro e motivo para a efervescência cultural da cidade.
Paula Araújo, atração deste final de semana nas Praças Tamandaré, no sábado, e Tochetto, no domingo, participa do projeto pela segunda vez e vê a iniciativa como uma espécie de incentivo. “É a minha segunda vez no projeto e eu me encanto a cada apresentação. É uma experiência maravilhosa, além de ser uma ótima oportunidade para mostrar os talentos da nossa terra, me incentiva a continuar na música”, acredita. Para ela, o Música na Praça é uma experiência diferente de um show convencional. “Eu acho muito melhor na verdade! Estar tão pertinho das pessoas da minha cidade me faz pensar que elas estão captando a mensagem que eu quero passar, que elas também conseguem sentir um pouquinho do que eu sinto quando piso num palco no meio da praça”.
Ela, que além de ter a experiência do palco, aproveita o projeto, também, como público, vê o Música na Praça como algo essencial para Passo Fundo. “Quando vou assistir os colegas do projeto e é tão bom quanto estar no palco. Quando eu assisto outras apresentações eu fico extremamente feliz pelos músicos da cidade e por esse grande passo que estamos dando na cultura, porque é algo que todo mundo precisa e o Música na praça traz cultura de uma maneira diferente e muito divertida”, conclui.

#VemPraPraça
Beto Mayer é uma das pessoas que no entardecer de sexta, sábado ou domingo se dirige às praças para encontrar um pouco de música. “Sempre é maravilhoso encontrarmos músicos dos mais variados estilos expressando seus talentos despretensiosamente em um banco qualquer de uma praça. Em nossa cidade também isto acontece, os mais variados grupos ou músicos que atuam em diversos outros grupos, nos privilegiam com suas capacidades interpretativas e estilos”, comenta. “O projeto Música na Praça nos mostra esta realidade artística, sensível, despojada e fundamentalmente valorizando tanto quem atua quanto aquele que sem parar para ver, sente-se bem embalado por algum verso que se arrisca cantar junto, mesmo que por um instante”. Ele sugere, ainda, que o projeto seja adaptado para as diferentes áreas da cultura. “Este formato poderia se estender com o teatro, através de pequenas esquetes e até mesmo contação de histórias”, propõe.

Novidade solidária
Nesta edição, a solidariedade deu as mãos à música: o público que participa tem a possibilidade de trocar um brinquedo pelo disco de compilações do I Festival de Música do Passo – ação realizada pela Prefeitura em setembro de 2015 e que complementa o Música na Praça, ao colaborar com a evidência o artista local. Depois, os brinquedos recolhidos serão doados para alguma entidade do município ainda a ser definida.

Programe-se
De sexta-feira a domingo, novos talentos e músicos com trajetória reconhecida dentro e fora de Passo Fundo participam da iniciativa que leva trilha sonora ao entardecer das praças da cidade. O projeto inicia sempre às 19h.

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