Que a maior excursão do país para viver o show dos Rolling Stones saiu de Passo Fundo você já sabe. O que é impossível descrever, no entanto, é a sensação que aqueles que encararam uma viagem de quatro horas sentiram ao estar perto do palco ouvindo músicas que foram trilha sonora de sua vida e sentindo a emoção daqueles que as cantam. Em poucos palavras, quem esteve lá foi desafiado a escrever sobre isso. E se, nesse momento, as palavras faltam, o sentimento transborda.
“Então, não queria ser repetitivo, sei que muita gente deve estar falando isso. Mas foi uma experiência sensacional. Sabendo que uma das maiores bandas da história da música estava a poucos metros da gente foi muito, mas muito legal. E vendo tudo rodeado de amigos, com muitos amigos, se abraçando a cada música.”
Diogo Zanatta, fotógrafo
“Pra gente que conhece o disco, acompanha a banda e conhece todas as músicas, as histórias e individualidades dos componentes da banda, conhece antes do Ron Wood entrar, a fase do Brian Jones, uma fase psicodélica, pra depois vir o Mick Taylor e depois ele ter saído, enfim... Pra gente que é fã, estar lá, é fazer parte da história. É , mais ou menos, como comparar com alguém que tenha visto um concerto do Bach, ou uma orquestra sendo regida por Beethoven - é esse grau de importância e, ainda mais para quem é fã porque você vê os teus heróis ali, na tua frente, as pessoas que te influenciaram a vida toda. Como músico é muito louco: você passa a juventude inteira ouvindo Stones e, aos 29 anos, você tem a oportunidade de ver os caras na tua frente. Os caras que influenciaram o teu jeito de tocar e, muito possivelmente, foram os responsáveis por você pegar uma guitarra – o que é o meu caso – é muito louco. É como ver os teus outros pais. Eles me pariram e não sabem! Se você quer definir o Rock’n’Roll, você coloca os Rolling Stones em primeiro lugar. É a maior banda da história do rock e não tem como colocar isso em palavras. Foi interessante, para a Roudini, ver o show tão perto de Passo Fundo. Olhávamos para o lado e víamos os amigos curtindo com a gente. O Beira-Rio virou uma igreja dos Stones e com uma chuva para lavar a alma. Outro ponto interessante é a vitalidade, e não só a física: eles tem olhares de meninos, eles são adolescentes tocando endiabrados. Esse brilho eles não perderam e é como o rock deve ser: violento, proibido, sexy, contra-cultura. Quem viu o show, viu a definição do rock. Não adianta só ouvir, tem que ver. Minha vida começou outra era agora: pós-Stones. Eu achava que seria sensacional e saí de lá não achando palavras para definir porque “sensacional” já não era a palavra certa.”
Gustavo Leal, Roudini e Os Impostores
“Eu sempre esperei pela oportunidade de ir a um show dos Stones. Descobri que poderia ir ao show de porto alegre às 23h da noite anterior ao show, pois até então não tinha conseguido ingresso! Eu não conseguia me conformar com a ideia de perder a única oportunidade de ver eles. Então de última hora consegui o ingresso! Toda a aventura valeu a pena, a chuva, as horas de ônibus, pois as 2:30 foram inesquecíveis. É inexplicável a sensação de ver verdadeiras lendas do rock tocando ao vivo, enfim o show foi perfeito! E... Mick Jagger é um amor e dança muito!"
Danielli Lima, publicitária
“O show de Porto Alegre, é o quinto show dos Rolling Stones do meu currículo de Stonemaníaca. Foi um show diferente. Recebemos os Rolling Stones em nossa casa! Mais do que merecido, a Cachorro Grande abriu o show! A chuva nos abençoou e deixou tudo mais emocionante. Os gaúchos e os Stones lavaram a alma. Escutar o Mick Jagger falando gurizada, chimarrão, bah, e outras tantas palavras em "gauchês", será inesquecível! Foi o melhor show da minha vida porque os Stones estão melhores do que nunca, foi em casa e ao lado de pessoas muito especiais!”
Luciana Azambuja, empresária
"Já havia visto os Rolling Stones ao vivo. Mas logo nos primeiros acordes de Jumping Jack Flash todos perceberam a banda com um ânimo especial. “Será que esse é o melhor show da tour?” perguntou Mick Jagger em uma das suas diversas falas em português. E realmente, eles estavam sinceramente decididos a fazer daquela a noite mais especial da turnê. O setlist havia sido preparado de maneira especial. E tamanha resposta do público, numa cidade em que eles nunca haviam tocado, foi o pavio para aquela performance tão explosiva. A chuva torrencial parecia ser o combustível que os deixava ainda mais elétricos. Já nas primeiras músicas, todos tinham certeza de que estavam diante de um show único! Jagger se destacou como nunca. Ficou praticamente o show inteiro na chuva, com todos nós."
Rodrigo de Andrade – o Garras, 180 Selo Fonográfico
"Não tem o que dizer – a verdade é essa. E eu nem vou tentar, porque não adianta querer explicar como é arrepiante assistir ao vídeo inicial que bem de perto parece 3D e faz você sentir que está sendo engolido por aquela língua, para logo em seguida ouvir a frase mais esperada da sua vida: “ladies and gentlemen, please welcome The Rolling Stones!”. Não tem como transcrever a selvageria coletiva quando se percebe que Keith Richards está entrando e trazendo consigo o riff matador de Jumpin’ Jack Flash que você ouviu tantas vezes naquelas quatro horas de viagem torcendo que fosse a música de abertura. É intraduzível. Se disser que choveu muito forte vai dar pra sentir? E que quando o vento soprava o melhor lugar para se estar era no calor humano da multidão amassada perto da passarela, bem ali onde Mick vinha dançar? E que nos poucos momentos em que não estavam todos saltando juntos no ar você podia se dar ao luxo de observar a expressão de cada um deles, a simpática indiferença de Charlie ou a malícia juvenil de Ronnie quando resolvia se molhar, quem sabe Keith ali sorrindo de olhos fechados com o cigarro na boca – eles estão ao seu dispor, é só escolher pra onde olhar. Mas esquece, não vai dar pra descrever a atmosfera que se formou quando Gimme Shelter começou a tocar – “oh, uma tempestade está ameaçando minha vida hoje” – e Jagger surgiu de chapéu e sobretudo negro caminhando na chuva de mãos dadas com sua partner Sasha, como se estivessem num filme noir. Por acaso tem como explicar o privilégio de ouvir ao vivo a sua música preferida nessas condições? Você perde a noção do ridículo e só quer uivar com os braços pro céu como se estivesse segurando esse momento nas próprias mãos, pra nunca mais acabar. E mesmo acordado desde as seis da manhã por pura ansiedade, mesmo depois de dez horas de pé, mesmo encharcado, esmagado, pisado, quebrado, resfriado e faminto, mesmo assim você agradece pela benção de ter sido aceito no inferno e torturado por duas horas pelo diabo na histórica noite em que ele foi possuído pelos Stones. É isso, não tem como expressar tamanha satisfação"
Marina de Campos, Jornalista
“A emoção de estar presente em um show dos Stones é inenarrável. Além de um show incrível nos deram uma lição de profissionalismo e disposição, pois mesmo com a chuva caindo do início ao fim, eles brilharam incansáveis, em um palco que mais parecia uma piscina, nos lembrando ainda que idade é só uma questão de ser. Os quatro ícones do rock nos encantaram e nos levaram à loucura em duas horas de puro sonho.”
Gilvana Mattos, contadora