Crescer é, na realidade, um emaranhado de sensações que se formam a partir de histórias, pensamentos, memórias e brincadeiras que vão construindo partes de quem somos. A história de Nuno e seus amigos Ana, Nico, Jonas, Olivia e Suriá é exatamente assim: juntos, formam a “gangue dos A.N.J.O.S que, em cena, vai falar das perdas que a vida apresenta, da forma divertida e, ao mesmo tempo, sutil que a possibilidade de crescer se apresenta a cada novo dia. O espetáculo A.N.J.O.S, da Cia Cênica Nau de Ícaros, de São Paulo, será apresentado nesta segunda-feira, 2, no Teatro do Sesc e tem entrada franca.
Uma viagem da imaginação
No palco, uma espécie de jornada quarto adentro se constrói: de brincadeira em brincadeira, os personagens vão puxando histórias, remendando pensamentos, consertando medos, costurando sonhos, navegando pela imaginação. A.N.J.O.S mistura sonho e realidade, o fantástico e o real, vida e morte, nas transformações presentes no universo da criança.
Ao abordar a aventura de Nuno que, ao sofrer uma perda, se sente muito triste e sozinho, a história apresenta o encontro do pequeno com sua amiga Ana. Ela, no entanto, não chega sozinha: traz consigo Nico, Jonas, Olívia e Suriá. Juntos, se sentem mais fortes e fazem da amizade – ou da gangue – uma nova missão a ser construída: o sexteto precisa encontrar a auréola de Ana, perdida em algum lugar. Assim, para falar da magia do sonho e da imaginação, o espetáculo utiliza os aparelhos circenses para criar a suspensão do tempo e do espaço; a música, a dança e o vídeo artesanal para dar espaço ao lúdico; o jogo com os duplos, sombras e reflexos para dar contorno ao imaginário e à fantasia.
O grupo
O espetáculo nasceu dentro da Cia Cênica Nau de Ícaros, um grupo artístico que, desde 1992, cria espetáculos e intervenções artísticas que transcendem os limites entre circo, teatro e dança, resgatando a festividade dos ritos populares brasileiros. Segundo o próprio grupo, o trabalho realizado tem como mote encantar, envolver, inspirar e mobilizar o público, afim de trazer à luz referências da cultura popular brasileira em abordagens contemporâneas e universais e propondo uma mudança de olhar sobre as artes cênicas. Concebido e dirigido por Erica Rodrigues, o espetáculo tem o texto e dramaturgia de Erica e, também, de Gustavo Gessulo. No elenco estão Alvaro Barcellos, Ana Luiza Leão, Celso Reeks, Gian Melone, Letícia Doretto e Lorena Silveira.