Para quem ama e para quem quer amar. É assim que Fernando Büergel define o espetáculo “Para viver um grande amor”, apresentado neste domingo, 12, no Teatro do Sesc. Entre textos, poesia e música, a proposta é falar de amor na sua forma mais pura e de tudo que o sentimento carrega consigo. No palco, os trechos que saíram das mentes de Fernando Pessoa, Clarice Lispector e Vinícius de Moraes se misturam as melodias entoadas por Cazuza, Ana Carolina, Gonzaguinha, Chico Buarque. “Para viver um grande amor”, que será apresentado pela primeira vez no domingo, surgiu a partir do convite da unidade do Sesc Passo Fundo e, ao que tudo indica, nasce com a proposta de seguir um caminho de intensidade, intimidade e, especialmente, com o compromisso de, através de textos e músicas, colocar a verdade no palco para ser consumida pela plateia.
Fernando em Pessoa
“Para Viver um Grande Amor”, espetáculo pensado especialmente para o Dia dos Namorados, é uma espécie de anexo, continuação ou, se preferir, inquietação que surgiu a partir de “Fernando em Pessoa - O Espetáculo” - produção cênico-musical escrita, dirigida e protagonizada também por Fernando Büergel e que traz textos de Fernando Pessoa e canções da música popular brasileira em versões mais dinâmicas, modernas e integradas com a poesia pessoana. Ambos os espetáculos parecem se completar em na proposta de unir música e poesia o que, para Büergel foi, inicialmente, um desafio. “No início foi uma descoberta. Minha formação é em música. Não está ligada às artes cênicas, apesar de a arte se interligar entre si. Foi uma descoberta, um desafio e, depois, foi um prazer, um aprendizado”, inicia e complementa, ainda, que nada durante o espetáculo é lido. “Eu procuro entender os textos e, então, recitá-los”, explica.
Inspiração
Além de Fernando, o espetáculo ainda traz Robson Serafini, Kainã Valentim e Daniel Fontoura, artistas que formam a banda responsável pela trilha de toda a atração que carrega, como inspiração, as poesias do livro “Para Viver Um Grande Amor”, escrito por Vinícius de Moraes, em 1962. No palco, diferente da obra, o destaque está nas músicas que acompanham os textos: as melodias são capazes de criar a unidade de um espetáculo que apresenta a essência e os caminhos do “verdadeiro amor”. “Começamos com a descoberta do amor, passamos pelas dificuldades e apresentamos o amor imperfeito, porque isso também é amar. Contamos histórias e trazemos os clássicos da MPB: trazemos o cancioneiro nordestino, Fagner, logo depois Milton Nascimento e a Bossa Nova de Tom Jobim para, depois, atacarmos com Cazuza e Legião Urbana”, conta Fernando que acrescenta, ainda, que serão cantados outros artistas, como Ana Carolina e Gonzaguinha.
Para o ator, o diferencial do espetáculo está em unir texto e música em um mesmo caminho. “Esse é um espetáculo para casados e solteiros, para quem está amando e para quem quer amar. O título denuncia isso: não que o espetáculo queira ensinar o que é amar, mas traz uma ideia baseada em grandes compositores e grandes poetas que se entregaram a isso. Eu procuro fazer o casamento da poesia e da música para contar uma história, então o espetáculo é para quem vive um grande amor e para quem deseja viver um grande amor”, define e adianta que a tendência é que o público se impressione pela intimidade e sensibilidade com a qual o espetáculo lida.