Há nestas terras um pouco de tudo: cores que inebriam, paisagens que tiram o fôlego, ritmo que acelera o coração e uma história calcada na cultura dos povos indígenas. O México é um país capaz de estimular todos os sentidos: seja pela comida carregada de pimenta, pelos monumentos que encantam os olhos ou pela carga histórica que parece andar entre uma rua e outra, apresentando, a quem por ali se aventura, um pouco de cada período vivido. Por aqui, o México desembarca em agosto, no XIII Festival Internacional de Folclore, para apresentar ao povo passo-fundense a cultura e a tradição de um povo que sabe bem qual a sua identidade.
Fiesta!
A cultura mexicana é capaz de refletir a complexidade histórica de um país que colonizado pela Espanha e fortemente influenciado pelos Estados Unidos, pela África e pela Ásia. Tal diversidade é retratada, também, na música e na dança mexicana que, durante o Festival, será representada pelo Ballet Folklórico Fiesta Mexicana, fundado em outubro de 1987. O grupo, que surgiu a partir do anseio de dançarinos em divulgar a cultura do país, atingiu metas, criou um estilo particular e, hoje, é responsável por um espetáculo que envolve não apenas o som e a coreografia, mas a encenação da própria tradição e do folclore mexicano, primando pelo profissionalismo e estética. O desafio é se sobressair no ambiente artístico cultural.
Da teoria à prática
Além daquilo que é apresentado no palco, Fiesta Mexicana é um grupo que alia a performance aos conhecimentos técnicos, fato que contribui fortemente para o desenvolvimento e maturidade da personalidade e identidade dos seus membros que buscam, através do seu trabalho, apresentar os valores aprendidos no país e desenvolvidos dentro do ballet. Hoje, quase 30 anos depois da sua formação, o trabalho é contínuo e um dos mais relevantes do folclore mexicano por abranger, m sua estrutura, diferentes grupos capazes de retratar de forma completa a tradição e cultura do país.
Diversidade da dança
De forma prática, no palco, o Ballet Folklórico Fiesta Mexicana pode ser visto de diferentes maneiras - além dos diferentes grupos que o compõe. Em cena, é apresentado a diversidade da dançae da própria cultura: cada performance é capaz de retratar a história, cultura e valores de um estado diferente do país. O estado de Hidalgo, por exemplo, será trazido para o palco através da união de violino e guitarra, no estilo chamado huapango, com compasso alternado. Colima será retratado em uma busca por beleza e inocência, através da música mariachi, ritmo tradicional mexicano. Veracruz, região costeira, traz o som da harpa e de melodias que relembram o som das ondas do mar. Michoacan, estado localizado no centro do México, é rico em tradições e em festividades de carnaval e será retratado, então, pela vibração das cores. O palco será transformado em uma mistura de sons para retratar o estado de Nayarit: tradição e ritmo ganham a cena. Por fim, Jalisco, estado considerado embaixador da música mexicana para o mundo, retrata o que há de mais tradicional no país. Ao fim do espetáculo, a plateia - imersa em cores e ritmos - terá feito uma viagem pelo país: Fiesta Mexicana é capaz de trazer uma parte do México para o palco e jogá-la, de forma sutil, mas intensa, para aqueles que aceitam a proposta de viajar alguns quilômetros em poucos minutos.