Não há como negar: quando o festival chega à cidade, ela o vive da maneira mais intensa possível; o encontra nas ruas, nas praças, nos parques, no shopping e explora tudo o que a festa da cultura é capaz de proporcionar. E é justamente buscando trazer o público para dentro da história dos grupos que saem de suas casas para viver o Festival, que as oficinas de dança e conversação acontecem. Na tarde desta segunda-feira, primeiro dia dedicado às oficinas, o Shopping Bella Città recebeu as delegações do Mato Grosso Do Sul, México e Ilha de Páscoa que se revezaram entre apresentar suas danças e música e, também, ensinar um pouco de sua tradição para o público que os prestigiou.
Intimidade
Para a coordenadora das oficinas e voluntária desde 1992, Raquel Rubert Pereira, as oficinas são o momento de maior intimidade do público com os grupos. “Priorizamos que as oficinas aconteçam em um lugar central e seguro para que as pessoas se sintam a vontade para participar. Temos uma energia muito boa nessa atividade. E esse é o único momento em que o público pode, de fato, interagir e chegar bem pertinho dos grupos. Aqui eles apreciam e aprendem as diferentes culturas”, comenta e explica, ainda, que, normalmente, os grupos apresentam duas ou três coreografias e, depois, convidam o público para que, junto com eles, aprendam os passos apresentados no palco.
Ainda, Raquel acrescenta que este é um momento diferenciado do Festival. “Claro que o Festival oferece muitos momentos diferentes e interessantes. O dia todo estamos em atividade. O Festival se tornou bastante eclético neste sentido. Não tem como dizer que o Festival não passou por Passo Fundo. Em algum momento você se depara com o Festival. E a oficina tem o aval do público. Esse é um dos maiores festivais do mundo e é perceptível o quanto as pessoas que já vieram querem voltar e quem não veio quer vir. É um evento cuidadoso e as oficinas se preocupam em aproximar o Festival ainda mais do público”, completa.
Cultura que engrandece
Diversidade é a palavra chave durante os dez dias de Festival de Folclore. As programações – tanto no palco quanto nos espaço abertos e nas oficinas – priorizam oportunizar que o público conheça diferentes histórias, tradições e culturas. As oficinas de segunda-feira, por exemplo, reuniram a cultura sertaneja e interiorana das violas caipiras apresentadas pelo Mato Grosso do Sul, com o ritmo característico do México, que trouxe a Passo Fundo a alegria, felicidade e as cores de um país que sabe bem qual a sua identidade. Ainda, o grupo da Ilha de Páscoa, Chile, complementou a tarde apresentando os mistérios de um território calcado em tradições antigas que cultuam os antepassados. Em resumo, a tarde foi de música, ritmo e misticismo. Acima de tudo, foi de um intenso intercâmbio cultural entre os grupos e entre artistas e público.
Orgulho
Se para o público a oportunidade é de aprender, para os grupos as oficinas são motivo de orgulho. Miriam Sanchez, bailarina do México, comenta que a oportunidade de falar mais de perto com a população e de poder, ainda que por um instante, explicar mais de sua cultura, é essencial para o crescimento do grupo. “Para nós, é um orgulho poder apresentar o nosso país, mostrando a diversidade cultural que temos. Ter o contato com o público de Passo Fundo nos proporciona uma grande oportunidade de interação cultural. Temos recebido uma grande mostra de carinho de toda a população que nos acolheu. Nos sentimos em casa. Agradecemos por toda a atenção com que fomos recebidos. O mais importante, sobretudo, é a grande movimentação cultural que estamos envolvidos. É um orgulho poder estar aqui e mostrar um pouco do que é o México”, conclui.
O melhor festival da América
Depois de apresentar, na Praça de Alimentação, um pouco do colorido do México, o grupo Fiesta Mexicana participou, também, da oficina de conversação. Lá, apresentou ao público mais de sua cultura, tradição e costumes e, ainda, agradeceu a recepção passo-fundense. Depois de responder questionamentos a respeito da vida no país, o diretor do grupo falou sobre a experiência dele e dos bailarinos em diferentes festivais pelo mundo e destacou a organização com que o Festival Internacional de Passo Fundo acontece. “Sou muito agradecido por encontrar um festival desta qualidade aqui. Quando fomos convidados para vir ao Festival, eu disse que não viríamos. Mas fui convencido e convenci os meus bailarinos e viemos”, iniciou. “Encontramos, aqui, o melhor festival da América. Em todos os aspectos: a organização, o cenário, os camarins, a atenção que recebemos, a hospedagem, a comida, o transporte, os voluntários; tudo está muito bem organizado e dentro do tempo programado. Tudo funciona. Hoje, eu digo que este é um dos melhores festivais do mundo. E sei que há muitas pessoas por trás do festival para que isso se concretize”, comentou e elogiou, também, o público que participa e prestigia o evento. “Vocês são muito felizes por esse festival. O mais bonito deste Festival é, com certeza, é a gente que está envolvida com o Festival. Temos, aqui, um público precioso. Muito obrigada por nos receberem. Muito obrigada, de coração”, encerrou.
Programe-se
Terça-feira, 16 de agosto
Casarão da Cultura, 19h30
Coreografia de Abertura, Grupo Tebanos do Igaí, Argentina, Bolívia, Ilha de Páscoa, Estados Unidos, México e Peru
Oficinas de dança
Praça de Alimentação do Bella Città
14h: Uruguai
15h: Colômbia
16h: Letônia
Oficina de conversação
3º andar do Bella Città
14h: Letônia
15h: Uruguai
16h: Colômbia