A cada noite, o Casarão da Cultura acolhe cerca de cinco mil pessoas. Cada uma delas tem um desejo diferente ao entrar no Parque da Gare. Seja em busca de conhecimento, de diversão, de cultura ou da diversidade, todas elas encontram, no palco do XIII Festival Internacional de Folclore a mesma coisa: a oportunidade de encontrar parte do mundo e de sua história em pouco mais de duas horas. É impossível não se entregar ao espetáculo de cores, luzes, sons e gestos. O que acontece ali, naquele amontoado de madeira, montado para receber cada grupo, envolve a plateia em universos diferentes a cada intervalo. Desde o início do evento, já se passaram seis noites. Faltam, ainda, três para o seu fim. O que significa que, sim, ainda dá tempo de embarcar em uma viagem por todos os continentes do mundo. O que já foi apresentado, no entanto, ficará marcado apenas nas lembranças da plateia que no Casarão da Cultura esteve. O que se pode fazer – e é o que se tenta aqui – é retratar as impressões que cada grupo, com a sua diversidade, apresentou até aqui.
Argentina
Sempre muito aplaudida, a Argentina traz, neste ano, a cultura além do tango. Apresenta os tradicionais sapateados, as danças dos casais e, também, a alegria do chamamé. No palco, estão os trajes típicos – tão semelhantes aos dos gaúchos -, mas, também, há a exaltação das cores e, nos rostos, a alegria de estar em Passo Fundo pela terceira vez.
Bélgica
Os olhares, na apresentação da Bélgica, ficam no alto, acompanhando as bandeiras que são lançadas pelos adolescentes que fazem parte do grupo. Há, em suas apresentações, a descontração de jovens que levam a sério a arte, mas que, também, sabem divertir o público – especialmente quando a apresentação é apenas do grupo de músicos que levantam a plateia no mesmo ritmo de sua percussão.
Bolívia
O país, que é fortemente influenciado pela cultura indígena, apresenta cor, ritmo e tradição. Com longas tranças e vestidos coloridos, as bolivianas são a característica centra de um grupo que apresenta a diversidade do país.
Chile (Ilha de Páscoa)
Geralmente, a Ilha de Páscoa tem sido a última a se apresentar nas noites do Festival porque é, também, uma das mais aguardadas pelo público. Com danças que lembram os rituais de seus antepassados, o grupo se apresenta de forma sensual – seja pelos passos, pela beleza dos dançarinos ou pela roupa que gera muita curiosidade em todos que a veem. O fato é que a Ilha de Páscoa apresenta, no palco, uma série de tradições que remetem a um passado de misticismo e mistério.
Colômbia
Sensualidade, disciplina e ritmo talvez sejam palavras perfeitas para definir as apresentações da Colômbia, país característico por suas danças envolventes. Ainda que algumas dançarinas ainda sejam crianças, a sua disciplina diante do público é cativante: o sorriso não sai do rosto e a postura é sempre de quem está preparada para tudo. Os casais, no palco, apresentam, através da intensidade e rapidez de movimentos, um pouco mais da cultura colombiana.
Estados Unidos
Quando os americanos sobem ao palco, o público sabe que a apresentação será divertida. Os gritos durante a música, os risos dos bailarinos, as interpretações exageradas em meio à dança retratam um grupo que apresenta parte da cultura polonesa e que se dedica, também, aos tradicionais country e sapateado. As apresentações são diferentes entre si, mas carregam, todas, a mesma alegria.
Goiás
Formado por estudantes, o grupo de Goiás traz ao palco muita cor, beleza e tradição. Apresenta danças típicas, música tradicional e adereços que remetem ao interior do estado. Tudo no palco é um retrato do que Goiás é e representa para o Brasil: um estado carregado de diversidade, lendas, histórias e cultura.
Guam
Ilha do Pacífico que pertence aos Estados Unidos, Guam é um grupo que remete à calmaria. As vozes das meninas e seus movimentos sutis contrastam com os passos dos bailarinos que também remetem a rituais antigos e tradições do passado. No palco, há beleza e delicadeza.
Letônia
País próximo à Rússia, a Letônia é um grupo formado por homens e mulheres maduros que apresentam as tradições de seu povo: desde os rituais de conquista até as formas que os homens fazem para se divertir e descansar depois de um longo dia de trabalho. No palco, as danças são diversas e reúnem, ora apenas mulheres, ora apenas homens e, por vezes, casais que apresentam as tradições do casamento.
Mato Grosso do Sul
Grupo que apresenta diferentes canções brasileiras através do uso da viola caipira, Mato Grosso do Sul traz a primeira orquestra o Festival – desafio para o estado e para o público que, acostumado com o ritmo das coreografias, se vê encantado com a melodia apresentada no palco.
México
Alegria é a principal característica do grupo do México. Os longos e coloridos vestidos das meninas com o sorriso sempre cativante dos dançarinos, fazem do grupo uma verdadeira festa no palco. Suas danças são uma espécie de passeio pelo país: cada coreografia apresenta uma parte do México, país multicultural.
Peru
O grupo apresenta, através de gestos, ritmos e sons, o caráter místico-religioso de cada festa do país e, por fim, a capacidade de cada gesto interagir com a própria história dos peruanos. É um dos grupos que mais interage com a plateia.
Senegal
O grupo de Senegal reúne homens e mulheres que escolheram Passo Fundo como lar. Apresentam um ritmo envolvente que os motiva a dançar. Os instrumentos, importados da África, proporcionam um som característico, carregado de energia.
Uruguai
País de cultura semelhante à gaúcha, assim como a Argentina, apresenta no palco a intensidade. Sua apresentação envolve força e paixão. As danças falam de conquista entre homem e mulher, do seu relacionamento e, também, da vida do homem no campo, seus costumes, tradições e hábitos.