Que tudo aquilo que é apresentado no palco é de uma beleza impactante, todo mundo sabe. O que pouca gente sabe, no entanto, é qual o significado de tudo isso que está por trás do folclore de cada país. Sabemos pouco, também, sobre os detalhes de cada apresentação construída e apresentada ao público. Não temos ideia de onde nasceram as escolhas feitas e apenas imaginamos um pouco dos números que compõem o espetáculo da cultura. O fato é que o Festival de Folclore vai além do espetáculo e é fortemente apoiado nos bastidores, nas pequenas coisas, naquilo que quase ninguém nota, mas que faz diferença.
Qual a sua curiosidade do Festival?
Vestidos mexicanos
O México, um dos países mais coloridos e alegres do Festival, reflete essa característica nas vestimentas. Ao todo, são quatro trajes por bailarino. Em meio a toda essa roupa, os vestidos mexicanos ganham destaque pelo movimento que são capazes de fazer, em função de seu tamanho. Isso acontece pela quantidade de tecido utilizada em cada vestido: o maior utiliza cerca de 12 metros. “Há menores”, explica a bailarina Mirian Sanchez. “Utilizamos mais ou menos 10 metros”, conclui. O grupo veio ao Brasil com nove meninas. Cada uma delas tem quatro vestidos. Cada vestido tem, pelo menos, 10 metros. São pelo menos 360 metros de tecido mexicano circulando em Passo Fundo.
Tranças?
Em toda a apresentação boliviana, as meninas aparecem com tranças longas, uma de cada lado do seu rosto. Apesar de parecer cabelo de verdade, não é. As tranças são apenas mais um adereço da roupa. Simples assim Muito própria da Bolívia, as tranças são utilizadas em todas as companhias de dança do país.
“Use a imaginação”
Desde o primeiro dia do Festival, a Ilha de Páscoa inspirou a curiosidade dos passo-fundenses pela roupa utilizada no palco. A foto é autoexplicativa. Perguntamos ao diretor do grupo, Miguel Muñoz, o Miha, o que os bailarinos usavam por baixo da roupa. “Vou deixar que a sua imaginação responda”, disse se divertindo. No fim das contas, fontes oficiais confirmam que os chilenos da Ilha de Páscoa utilizam uma espécie de tapa-sexo para se proteger e poder apresentar a cultura do país da forma mais fiel possível.
Sem escorregar
Você já deve ter visto os voluntários jogando um pó em cima do palco, uma espécie de farinha. Para que os grupos se apresentem de forma segura e sem incidentes, os voluntários responsáveis pela manutenção do palco utilizam breu, uma resina originada de pinos (pinheiros) que ajuda o bailarino a se manter firme durante a apresentação. Estima-se que, até o fim do evento, seis quilos de breu sejam utilizados.
“Agita a cidade inteira!”
A música do Festival é tradicional e todo mundo sabe cantar. E até mesmo os grupos que vem de fora aprendem a letra rápido. Em nove dias, a música será cantada – oficialmente, contabilizando as três apresentações diárias – quase quarenta vezes. Dá pra decorar!
Caipirinha e chimarrão
No pódio das bebidas favoritas dos grupos no Festival de Folclore estão o chimarrão e a caipirinha. Tem grupo que, inclusive, já separou sua cuia e sua bomba para levar para casa. Outros aprenderam a técnica da bebida típica brasileira.
Viagem mais longa
28 horas - mais que um dia inteiro. Sim, a Letônia viajou 28 horas para estar em Passo Fundo e apresentar sua arte. Para o grupo, foi a maior distância já percorrida para participar de um festival. “Valeu a pena!”, comentam.
Bandeiras
Quem vê os adolescentes da Bélgica lançando bandeiras ao alto, pode até pensar que é fácil. Na verdade, as bandeiras menores tem entre 1 kg e 1,5 kg e medem quase um metro. As maiores chegam a pesar 5kg e medem pouco mais de 2 metros. “Mas nós somos fortes”, comentou um dos músicos.
Saudação
No palco, as mulheres da Letônia se apresentam, em uma das músicas, com objeto dourado em mãos que parece uma espécie de sino que, na verdade, não tem um significado simbólico, mas é um instrumento que ajuda a dar o ritmo da música. Pode ser usado, em cena, como auxílio na dança: um casal interpreta, através da coreografia, um casamento e as mulheres, com esse instrumento, fazem gestos como se estivessem saudando o enlace.
Senegal em Passo Fundo
Apesar de representarem seu país de origem, todos os senegaleses que se apresentam no Festival estão morando em Passo Fundo e, aqui, constroem, a cada dia, uma nova vida.
6 anos
Quem já viu a apresentação da Ilha de Páscoa, percebeu que, entre os músicos, há, também, um jovem músico. O nome dele é Simon, e ele, aos seis anos de idade, é o integrante mais novo entre os participantes do Festival. Sobrinho do diretor do grupo, o pequeno participa de todas as apresentações e viagens do grupo que é formado, também, por parentes.