Domingos é um sonhador. Mesmo vivendo uma realidade que nunca desejou, é obrigado por sua mulher a realizar conferências científicas sobre um dos males que acarretam a humanidade: o uso do tabaco (mesmo ele sendo um inveterado fumante). Seria por amor?
Neste enredo que se desvenda a trama de “O eu que não fui”, novo espetáculo do Grupo Timbre de Galo, que estreia no dia 03 de novembro, às 20h30, no Teatro do SESC, em Passo Fundo. A comédia dramática conta com o ator Rodrigo Vilanova em seu primeiro monólogo, ampliando o leque de linguagens e cenários artísticos propostos pelo Grupo. “Acredito que este espetáculo, baseado em mais uma nova proposta do Timbre de Galo, segue numa estrada de consolidação de experimento. Estamos na rua, estamos no palco italiano, estamos em todos os lugares que o teatro consegue chegar. Isso é incrível”, afirma o ator.
Conforme conta Vilanova, neste espetáculo, o personagem apresenta facetas escondidas da sua realidade, uma chama interna nunca apagada pelo tempo, como a vontade de ser livre, de viver de arte e da boemia. “Com pitadas de um humor sarcástico, ele fala abertamente do que gostaria de ter sido e nunca foi. Domingos é um universo de lembranças”, diz.
O processo de montagem da peça aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, onde vive o diretor, Guedes Betho. “Este espetáculo segue minha linha de pesquisa em que o ator está no ponto máximo da encenação: um ator propositor, que não está velado pela personagem e sim lado a lado. Foi nessa parceria com Rodrigo Vilanova, desde a adaptação do texto até os jogos de improvisação, que criamos o processo para levantarmos a encenação. Em seguida, selecionamos as cenas e montamos a nossa versão do espetáculo”, conta Betho.
O desafio de apresentar um monólogo estava sendo estudado há cerca de três anos. Foi através da sugestão do também ator e pesquisador do Timbre de Galo e assistente de direção da peça, Edimar Rezende, que aconteceu a escolha da adaptação de “Os males do tabaco”, de Anton Tchékhov. “Trabalhar em um monólogo é experimentar um foco único, é só você e o diretor. É difícil e lindo. Descobertas, improvisos, histórias e sentimentos reais estão permeando a montagem desse espetáculo, tanto no trabalho realizado no Rio de Janeiro, quanto aqui, em Passo Fundo. Mas, neste momento da minha carreira, está sendo uma experiência libertadora. Afinal, já são 15 anos trabalhando como ator, e acho que chegou o momento de colocar este desafio em cena, para todo mundo ver. O meu sentimento é de felicidade e apreensão. Espero que todos gostem e se apaixonem pelo Domingos, assim como eu”, afirma Rodrigo.
Em “O eu que não fui”, o público deverá esperar um espetáculo conciso, fundamentado em uma linguagem própria, com grandes pitadas de humor. “A concepção do Guedes, é um trabalho que me desafiou e ainda me desafia diariamente, me insere num universo que exige ser grande e pequeno ao mesmo tempo. É uma grande surpresa!”, destaca o ator. “Para mim, o teatro é o espaço privilegiado para as diferentes expressividades do ser humano na busca pelo desconhecido. Além disso, é um lugar de permanente interação dos indivíduos com o mundo e com os outros. Rodrigo (que também é Domingos - e que sou eu, que pode ser você), fala da vida que gostaria de ter tido e por algum motivo (dele, meu ou seu), não foi. Há de haver alguma identificação com aquilo que gostaríamos, ou não, ter sido”, complementa Guedes Betho.
O espetáculo conta com o figurino de Mara Cavalheiro, contrarregragem de Elenice Deon e produção executiva do Grupo Timbre de Galo. A montagem tem o patrocínio de Base Agrícola e Débora Batistello Odontologia Estética, além do apoio cultural de Jú Basílio, Bulls, Embarke, Honshu Sushi, Frigideira Bar e Restaurante, Sistema Educacional Ironi Andrade, Santex, Baillar, Passografic, EFE Comunicação, CNG e Free Lance Comunicação Visual.
Serviço:
Estreia do espetáculo: O eu que não fui
Data: 03 de novembro
Horário: 20h30
Local: Teatro do SESC Passo Fundo
Classificação: 14 anos
Duração: 50 minutos
Ficha técnica:
Atuação: Rodrigo Vilanova
Direção: Guedes Betho
Assistência de direção: Edimar Rezende
Figurino: Mara Cavalheiro
Contrarregra: Elenice Deon
Produção executiva: Grupo Timbre de Galo