As canções originais da região do Vêneto, tradicionalmente cantadas nas gôndolas enquanto os turistas são levados pelos românticos canais de Veneza, preencherão o Teatro do Sesc na próxima semana. Sem deixar de lado a autenticidade histórica, a poesia e o senso de humor natural italiano, os arranjos musicais destas músicas foram reformulados, de modo a deixá-los mais modernos, para o Concerto de Músicas de Veneza, trazido a Passo Fundo pelo maestro italiano Luca De Liberali.
Liberali explica que o concerto tem como intuito promover a cultura popular italiana da região do Vêneto, “como recurso insubstituível para conhecermos a nossa história, os nossos costumes e uma parte de nós mesmos. Com o desejo de poder, no futuro, através desta forma de comunicação, criar um elo profundo entre povos diferentes, sim, mas de verdade entre homens muito parecidos: homens que sentem, que contam, que sofrem, que amam”.
O concerto acontece no dia 24 de março, às 20h, no Teatro do Sesc (Av. Brasil, 30), e tem formato de dupla – conta com o cantor, Liberali, e o acordeonista gaúcho Matheus Kleber – e foi planejado de modo a oferecer ao público um formato intimista, que permite a diversão e participação ativa da plateia, assim contribuindo com o sucesso do evento. Os ingressos custam R$ 35 e podem ser adquiridos nas lojas Preço Único.
A trajetória do maestro
Luca de Liberali é um educador musical, formado em Piano no Conservatório de Música Benedetto Marcello, de Veneza, e especializado em Educação Infantil com a Didática Orff. Há 21 anos, dedica-se à didática musical para crianças, adolescentes e adultos, dando aula de piano e de musicalização. Também promove concertos e oficinas de música de vários gêneros, desde a clássica até rock, blues e pop com teclados eletrônicos. Paralelamente a isso, é pesquisador de músicas em geral.
Morando no Brasil há apenas sete meses, Liberali conta que conhece a região da Serra gaúcha muito bem, por tê-la visitado em anos anteriores e ter parentes que, há muitos anos, deixaram a Itália para viver neste local. No entanto, sua vinda ao Brasil vai além de motivos sentimentais – o que o trouxe foi uma espécie de desafio didático: o desejo de trazer um modelo diferente de educação musical, mais inovadora e abrangente, em linha com os países mais à vanguarda neste campo. “A região da Serra gaúcha tem um elo enorme com a Itália, por causa da colonização do século passado e, musicalmente falando, as tradições italianas e brasileiras, a causa desta convivência das duas culturas no mesmo lugar, criaram algumas semelhanças bem evidentes. Por exemplo, o uso da gaita, instrumento rei desta região e também instrumento príncipe utilizado nas gôndolas durante as serenatas musicais”.